Gana reforça sua diáspora europeia para o Catar

Tocando no fundo do poço após um péssimo desempenho na Copa Africana de Nações, Gana procurou no exterior para renovar sua equipe para a Copa do Mundo no Catar. Os reforços vieram da Alemanha, Inglaterra e Espanha.

O novo técnico Otto Addo, que nasceu e jogou na Alemanha, usou suas conexões para convencer Ransford-Yeboah Königsdörffer e Stephan Ambrosius, uma dupla de jogadores alemães sub-21, a escolher representar Gana.

Tariq Lamptey, zagueiro do Brighton, time da Premier League, agora joga por Gana depois de representar a Inglaterra nas categorias de base. E Iñaki Williams, o atacante do Athletic Bilbao que disputou uma partida pela Espanha em 2016, também entrou na equipe renovada de Addo.

A grande dúvida é se Gana terá tempo suficiente para que seus novos jogadores se adaptem a uma Copa do Mundo em que estreará contra Portugal e também enfrentará Coreia do Sul e Uruguai.

Dentro do Grupo H, os Black Stars parecem estar remando contra a maré. Poucas vozes se atrevem a prever que poderão repetir a memorável jornada até as quartas de final da Copa do Mundo de 2010.

DESASTRE CONTINENTAL

O ano da Copa do Mundo de Gana começou com o fiasco da Copa da África. Os quatro vezes campeões continentais foram eliminados na fase de grupos com uma derrota para Comores, a pequena nação insular que joga seu primeiro grande torneio.

O pior desempenho de Gana no campeonato africano desencadeou uma crise, dando lugar a mudanças profundas. O técnico Milovan Rajevac foi demitido após um período de quatro meses – o segundo com Gana – e Addo assumiu um novo projeto.

Ele foi rápido em fortalecer o time ao convencer jogadores com raízes ganenses a “voltar para casa”. Tudo indica que suas escalações para a Copa do Mundo serão bem diferentes das de Rajevac.

OS REFORÇOS

Convencer Williams a representar Gana foi o grande negócio, mas com certeza serão algumas semanas agitadas para a família Williams durante a Copa do Mundo. Nico, irmão mais novo de Iñaki, pode entrar na seleção espanhola.

Inaki Williams e Lamptey fizeram sua estreia no Black Star na derrota por 3 a 0 para o Brasil em um amistoso em setembro. Williams renovou um ataque ganense que dependia fortemente dos irmãos Ayew, Andre e Jordan, nos últimos anos. Ambos estão prestes a encerrar suas carreiras com a seleção nacional, com o Catar como ato final.

Além de Williams, Addo pode dar asas a dois atacantes promissores: Felix Afena-Gyan (19) e Abdul Fatawu Issahaku (18), embora seja muito cedo para pensar que eles levarão Gana à segunda fase.

Thomas Partey, meio-campista do Arsenal na Premier League, foi o melhor de Gana na Copa da África e é a espinha dorsal do time.

VINGANÇA

O terceiro jogo da fase de grupos contra o Uruguai os leva até eles.

Ninguém esquece ou perdoa que Luis Suárez colocou as mãos nos minutos finais da prorrogação nas quartas de final da África do Sul 2010. Suárez evitou um gol cantado e que faria de Gana a primeira seleção africana a chegar às semifinais de uma Copa do Mundo.

Os ganenses dizem que a revanche não será o maior motivador quando se encontrarem novamente em 2 de dezembro. Mas a oportunidade de vingança pelo que aconteceu em Joanesburgo há 12 anos estará lá – especialmente se Suárez entrar em campo pelo Uruguai.

Filipa Câmara

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