INIA: uma instituição de pesquisa agropecuária venezuelana perdendo sua equipe qualificada

Juan é dono de uma fazenda no estado de Portuguesa, oeste da Venezuela, onde costuma semear até cinco hectares de cebola. Em 2019, o agricultor encomendou sementes importadas da Colômbia, mas um tipo de erva daninha invadiu seu pomar de cebolas.

O homem de 54 anos alarme e pegou uma amostra das ervas daninhas, entrou no carro e dirigiu até Acarigua, até a sede do Instituto Nacional de Pesquisa Agropecuária (INIA) para descobrir o que estava prejudicando suas lavouras. Mas, ele não encontrou nenhum investigador qualificado para ajudá-lo com seu problema.

João trouxe isso ferir seus colheitas na sede do INIA em Portuguesa. No local, havia apenas a recepcionista e alguns funcionários administrativos. Não havia cientistas. “Perguntei ao secretário se as pessoas de lá poderiam me ajudar com meu problema de maconha; Além disso, trouxe-lhes amostras. Ela (a recepcionista) me disse que não estavam analisando nada, porque os formandos não estavam lá”, explicou.

Os trabalhadores da entidade não lhe deram as razões por que o aparecimento de ervas daninhas em seu campo, eles também não se preocuparam em encontrar a origem do mal. Não havia profissionais para investigar e aplicar o método científico na entidade.

Estudo do campo venezuelano

O INIA é uma instituição científico, vinculada ao Ministério da Agricultura, responsável pelos estudos relacionados à paisagem e à agricultura. Foi criado em 1961, sob o governo de Rómulo Betancourt, para estudar os cultivos, prevenir a contaminação e a disseminação de pragas nos campos agrícolas e pecuários da Venezuela.

A instituição era conhecida como Fundo Nacional de Pesquisa Agropecuária (Fonaiap). Na época se tornou um referência Na região. Seu quadro de funcionários era formado pelo ensino superior, doutorado e mestre.

Esses profissionais criaram e aplicado novo tecnologias e inovação às cadeias agroalimentares que buscavam desenvolver o setor rural do país. Sua principal missão foi fortalecer a capacidade produtiva e a formação de novos talentos para obter produção agrícola com equidade, autonomia e competência para ter um desenvolvimento sustentável da futura agricultura do país.

Após 70 anos de atividade na Venezuela, o INIA ficou sem Pessoal qualificado. As razões são muitas, como a complexa emergência humanitária, a falta de orçamento para laboratórios e profissionais científicos; sobretudo, a migração forçada de venezuelanos.

No dia 2 de fevereiro, as Academias de Ciências Físicas, Matemáticas e Naturais, Letras, Engenharia e Habitat, História, Economia, Medicina e Ciências Políticas e Sociais, assinaram um comunicado denunciando a falta de cotação pelo governo de Nicolás Maduro para pesquisas científicas e humanitárias.

“A provisão orçamentária foi um indiscutível forma de afetar seriamente o funcionamento das instituições acadêmicas e científicas”, diz o documento. Eles também esclareceram que nos últimos cinco anos não receberam financiamento suficiente para inovação.

Essa situação também afetou a INIAque durante uma década também sofreu com a escassez, a formação de novos funcionários e uma dotação orçamentária limitada.

A complexa emergência humanitária que afeta o país também está causando devastado na comunidade científica, especialmente aqueles relacionados à pesquisa nas áreas agrícolas do país. E é que são necessários pelo menos 12 bilhões de dólares para aumentar a produção agrícola do país, segundo dados de Werner Gutiérrez, engenheiro agrônomo e professor da Universidade de Zulia (LUZ).

Os baixos salários e as más condições de trabalho forçaram muitos trabalhadores do INIA a migrar ou simplesmente Sair seu trabalho, o que coloca em risco anos de estudo e pesquisa desenvolvidos.

uma morte anunciada

Os pesquisadores do INIA consultados para esta pesquisa explicaram que o declive da instituição começou quando o instituto científico foi transferido do Ministério da Ciência e Tecnologia para o Ministério da Agricultura em 2007.

Em 2012, os pesquisadores do INIA deixaram de receber cotação desenvolver novas pesquisas como: a criação de novas variedades de arroz, a busca de sementes de produtos agrícolas, sua multiplicação e principalmente o combate às plantas daninhas.

Desde 2015, a falta de pessoal de socorro e a migração, bem como a aposentadoria de pessoal qualificado, afetaram a instituição científica, que representação em 22 dos 23 estados do país.

A falta de informações oficiais sobre a situação atual do INIA obrigou a equipe a Efeito Cocuyo uma contato com a instituição científica. No entanto, não houve resposta das autoridades.

Site oficial do INIA (www.inia.gob.ve) não está em funcionando atualmente. Além disso, as contas de mídia social da instituição apenas divulgam propaganda política do governo de Nicolás Maduro. Em outras palavras, é difícil saber com certeza quantos escritórios do INIA estão operando atualmente na Venezuela.

“Não existe instituto, pelo menos aqui em Portuguesa e acho que em outros estados também, onde o produtor pode simplesmente participar Tente encontrar assistência. Parte dessa pesquisa que o campo venezuelano exige é supervisão, o produtor deve ter um local sanitário que deve ser aplicado a uma determinada cultura”, explica Celso Fantiel, primeiro vice-presidente da Confederação de Associações de Produtores Agropecuários da Venezuela (Fedegro). .

Eles deixaram o INIA e o país

Para Fantiel, o falta do profissionais Nas áreas de pesquisa, o INIA obrigou os agricultores a realizar seus estudos de campo de forma autônoma e independente do controle estatal. Na ausência de observação científica, a contaminação dos campos venezuelanos, com sementes de má qualidade ou de origem estrangeira, não compatíveis com os solos do país, reduz a produção agrícola nacional.

“Esta situação fez com que importar de sementes na Venezuela que não trabalham no campo do país; Essas culturas não são controladas no instituto porque não há profissionais para cuidar delas”, reitera Fantiel.

Um vazamento de dados no Cocuyo Effect revela que 108 profissionais, especializados em engenharia agrícola, com estudos agrícolas de quarto nível, deserto de suas mensagens, principalmente devido ao migração forçada desde 2015. Em 2021, serão 525 trabalhadores no INIA. Segundo os pesquisadores entrevistados, a grande maioria desse pessoal não está preparada academicamente para assumir cargos de pesquisa. /efeito Cocuyo

Cristiano Cunha

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