Política eficaz contra denúncias

O governo e diferentes entidades estatais têm percebido que muito do que é noticiado na imprensa vem de pessoas cujo descontentamento as leva a denunciar, o que acaba sendo um exercício de cidadania porque juridicamente sentem que não podem denunciar. Ministério Público (MP) que agora parece uma extensão dos três poderes do estado.

E tudo o que tem acontecido nos últimos tempos, inclusive convocar jornalistas para apurar as suas fontes ou rechaçá-los com ressalvas que não lhes dizem respeito, porque em processos judiciais são eles (ninguém mais) que devem manter a reserva – perdoem o redundância – , surtiu efeito na denúncia porque o silêncio prevaleceu em todos os lugares.

A mídia deve redobrar seus esforços investigativos em um ambiente onde não há muito acesso a dados, em que a lei de acesso à informação (às vezes não respeitada) deve ser usada para tentar decifrar um bom arcabouço que fizeram para invisibilizar o negócio e a gestão obscura do dinheiro do Estado.

Estamos de volta aos dias das mordidas em muitos casos com o estado e aos dias em que, no Congresso e nos tribunais, as coisas estavam bem novamente em relação ao dinheiro. Contratos, nomeações, leis, resoluções e premiações estão no cardápio.

Por um tempo essas práticas ficaram “stand by”, mas assim que sentiram a total tranquilidade de ter muito Consolação e bastante Cheers no MP, as coisas mudaram a ponto de ousarem até mudar de set. modelo no programa de obras públicas do MP.

E o necessário tem sido feito para que as pessoas pensem duas vezes antes de levantar a voz, denunciando o que está acontecendo diante de seus olhos. Eles sabem que fazer a coisa certa agora é julgado certo por aqueles que agem fora da lei. As coisas mudaram e o bom sofre as consequências que o astuto não sofre.

Muitas pessoas estão cientes dessa realidade. Empresários, trabalhadores, ladinos, nativos, pobres e ricos, e a verdade é que cada vez mais pessoas entendem que o que foi vendido como “fonte” para viver tranqüilo das preocupações legais, tornou-se um estratagema que depois usam com quem quer que acaba sendo um inimigo do regime.

A eliminação dos candidatos suscita uma enorme preocupação e sabem que quem muito levanta a voz vai aplicar a mesma medida que têm usado com certos operadores de justiça a quem o regime montou casos difíceis de sustentar num verdadeiro Estado de direito. Certo.

Acho que tem gente mais atenta mas para quem esse esforço de silenciar a reclamação, de buscar a polarização e a falta de acordo acaba tendo dificuldade porque desconfiam até da sombra e da falta de confiança é um fator que faz acordos mais complicados.

Há aqueles que, desde os extremos radicais, ficam felizes em ver a divisão entre os guatemaltecos e é por isso que aqueles de nós que queremos que este país e seu povo avancem devemos redobrar nossos esforços para conversar, concordar e reorientar.

Alex Gouveia

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