MADRI, 4 de julho. (EUROPA PRESS) –
O ex-presidente do Brasil Michel Temer lamentou nesta segunda-feira a manifestação recebida pelo presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, por seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, em retaliação por seu encontro no domingo com seu maior rival político, o ex-chefe de Estado , Luiz Inácio Lula da Silva.
“Uma boa conversa entre o presidente de Portugal e o presidente do Brasil seria extremamente útil. É uma pena que esse desentendimento tenha acontecido”, lamentou Temer, referindo-se ao cancelamento de Bolsonaro da reunião que tinha marcado para segunda-feira com De Sousa. .
Conforme revelado pela imprensa brasileira, assim que Bolsonaro soube que de Sousa se encontraria com Lula, ele decidiu cancelar o almoço que eles haviam planejado para esta segunda-feira. Até agora, o presidente português não recebeu uma explicação oficial do Palácio do Planalto explicando o protesto.
“Se ele me pedisse um conselho, o que não é o caso, eu lhe diria: ‘pegue o presidente Marcelo Rebelo de Sousa, ele é nosso parceiro, o presidente de Portugal, além de ser uma figura muito fina e delicada, extremamente culto “e bem treinado”, saudou Temer, que espera que este episódio não suponha um “choque” para as relações diplomáticas dos dois países.
A manifestação de Bolsonaro marcou a visita de De Sousa ao Brasil, que além de se encontrar com Temer e Lula, também pretendia se encontrar com o ex-presidente brasileiro Fernando Henrique Cardoso, porém, vendo como sua data foi cancelada, deixou de passar por Brasília, limitando-se a São Paulo e Rio de Janeiro.
Nesta segunda-feira, após o café da manhã com Temer De Sousa, ele encerrou as reuniões previstas em sua agenda oficial, embora não descarte retornar ao Brasil em breve, em 7 de setembro, caso o governo celebre os eventos comemorativos do bicentenário da independência brasileira.
“Quem convida para comer é quem decide se quer ou não. Se o presidente do Brasil entende que não pode, não quer, não é oportuno, que não está na agenda dele… Respeito quem deixa de convidar por qualquer motivo, por inconveniência política ou pessoal”, De Sousa disse na sexta-feira antes de seguir para o Brasil.
“Entendo que há problemas políticos. Portugal é aliado da Ucrânia, o Brasil não. O almoço é um assunto que não foi incluído no primeiro programa da viagem ao Brasil. Se o almoço for possível, tudo bem. Se não for possível, ninguém vai morrer também”, De Sousa tentou minimizar.