“Se Perón ressuscitasse hoje, ele se juntaria ao Together for Change”

Mauricio Macri lançou nesta segunda-feira um parecer tendo em vista as eleições de 2023 e lança um tiro de elevação ao peronismo com um equilíbrio entre o ácido e o irônico. O ex-presidente, que evitou confirmar sua candidatura para o ano que vem, destacou que o Together for Change está pronto para “impor a lei” e fazer as mudanças necessárias para que “a Argentina mude”: “Se vierem com as pedras, vamos bancar com capacete”.

O alerta parecia dirigido aos atores da situação que, segundo ele, estavam impedindo o crescimento do país. Por exemplo, Macri mencionou o secretário-geral da CGT, Pablo Moyano, que previu que os sindicatos serão os primeiros a sair às ruas se tentarem reduzir direitos trabalhistas em um possível governo da atual coligação de oposição, após 2023.

“Em um país onde tem Pablos Moyano ninguém investee se ninguém investir não tem trabalho, e se não tiver trabalho não vamos sair da pobreza”, traçou em diálogo com NT.

E acrescentou: “Em um país onde qualquer prefeito, governador ou presidente inventa 20 impostos todos os dias, ninguém investe. Num país onde existem 20 dólares diferentes, ninguém investe.

“Temos que entender que em um país sensato, que respeita a lei, que valoriza o trabalho do cidadão, a inovação e o empreendedorismo, há um futuro enorme. A maioria dos argentinos já percebeu que queria este país”, afirmou.




“Em um país onde existem 20 dólares diferentes, ninguém investe”, disse Mauricio Macri.

Ele também disse que em Juntos pela Mudança “aprofundar o debate dentro da coalizão para estar pronto para produzir a mudança que a Argentina precisa”.

“Nós devemos discutir por que estamos voltando ao poder, quais são as ideias e valores que vão nos tirar de uma decadência que já dura décadas e que não podemos parar. Sinto que somos melhores, mesmo que nos falte”, admitiu.

Nesse sentido, sobre possíveis candidaturas às eleições presidenciais do próximo ano, indicou: “O importante, mas estou aqui para debater ideias. É uma contribuição maior do que sair a campo para dizer que quero ser candidato.”

Eu não me dei bem e não gosto que eles me coloquem para baixo ou me coloquem para baixo. Hoje, sinto-me à vontade para o fazer”, sublinhou, acrescentando que se sentiu impulsionado pelo “mandato do povo” que visa “alterar a estrutura económica do país, que esconde comportamentos mafiosos cheios de privilégios que têm impedido o crescimento”.

Por outro lado, admite que “não há mais espaço” para o gradualismo, como quando assumiu o cargo em 2015. E faz uma autocrítica de dentro, assim como questionamentos de fora: “Eu herdei o terceiro porão, prometi um prédio de vinte andares, cheguei ao quinto, sexto ou sétimo andar, mas as expectativas eram altas e não foi o suficiente, não pude ser reeleito. Esses senhores voltaram do sétimo andar para o sétimo porão.”

Mauricio Macri: “É o fim do populismo na Argentina”

O ex-presidente estava confiante nas possibilidades de seu espaço voltar ao poder no ano que vem. Aliás, garantiu que “este é o fim do populismo”.

“Agora começam 20 anos de crescimento na Argentina. O populismo está em colapso. Um populismo que acabou sequestrando o peronismo”, disse.

Mauricio Macri garantiu que "o populismo está em colapso".


Mauricio Macri garantiu que “o populismo está em colapso”.

Nesse sentido, ele levantou uma antítese entre os objetivos entre esse estilo de governo e a população: “O populismo quer injetar resignação e o povo quer oportunidades de crescimento”.

A ironia do ex-presidente: “Se Perón ressuscitasse, entraria no JxC”

Macri também desafiou o atual governo porque “defende quem não trabalha”. Aliás, em tom irônico, lançou: “Se Perón ressuscitasse hoje, se juntaria ao Juntos pela Mudança porque é ele quem defende quem trabalha”.

“Elas defendem todos os privilégios de quem não trabalha“, acusou o ex-presidente. E citou Perón: “O general disse que todos devem produzir, pelo menos, o que consomem.

Diante da questão não menos irônica de ter se tornado peronista, Macri disse: “Tento lembrá-los (palavras de Perón), para ver se os faço recuperar a memória. Eles perderam o caminho, o sentido da vida. Eles querem ordenhar a vaca um do outro o tempo todo. Compre uma vaca e ordenhe você mesmo, você não quer roubar o que o outro produz o tempo todo”.

O que Macri disse sobre a Copa do Mundo de 2022 no Catar

Macri, ligado ao mundo do futebol desde que foi presidente do Boca Juniors, fez uma análise das possibilidades da seleção argentina no Catar 2022 e deu uma visão particular de um dos candidatos.

“A Argentina tem muitas chances e não porque o futebol é competitivo. Agora, entre os cinco candidatos, hoje coloco a ArgentinaMacri era da opinião.

Entre os argumentos ele listou: “Temos um grande goleiro, uma defesa sólida com um zagueiro como o ‘Cuti’ Romero que é muito sólido, um meio-campista combativo – perdemos aquele que melhor se conectava com Messi, que era Lo Celso, mas ele tem alguns bons substitutos de Scaloni”.

“Messi pode estar em sua última Copa do Mundo, mas conectado e focado, um bom artilheiro como Lautaro Martínez, que está em pé, e Di María, que está no seu melhor, mais maduro e confiante”, disse.

Ao mesmo tempo, destacou as virtudes de outros candidatos, com uma visão marcante de um deles: “Obviamente o Brasil continua aí e o Neymar está muito melhor, porque antes ele era uma espécie de obstáculo para o time, ou seja que não jogou em equipa; Portugal e França com jogadores muito bons; Já A Alemanha nunca pode ser descartada porque, a raça superior, joga sempre até o fim”.

“Para ganhar a Copa do Mundo, não só você tem que ser o melhor time, mas há um jogo que você tem que vencer jogando mal de qualquer maneira. A Argentina está entre os cinco”, insistiu.

Por fim, ele deu a entender que uma consagração da equipe de Lionel Scaloni não significará um ponto positivo para o atual governo.

“O futebol é dos argentinos e ninguém pode se apropriar dele. Eles sonhavam em ser os donos do funeral do nosso maior ídolo e salvador, Diego Armando Maradona, e simplesmente aconteceu. Aqui é a mesma coisa, se sairmos campeões mundiais será uma festa para os argentinos e o que o governo fizer não vai importar para ninguém”, finalizou.

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Alex Gouveia

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