Terceira semana de protestos. Grandes mobilizações na Venezuela para exigir aumentos salariais

Manifestações ocorreram em praticamente todos os estados do país, como acontece desde o dia 9 de janeiro, quando os professores postaram seus protestos em voz alta e de forma espontânea, incentivando outros setores dos trabalhadores a irem às ruas. De um extremo ao outro do país, de norte a sul e de oeste a leste, os trabalhadores estão se manifestando. Em todos os 23 estados e em muitas cidades do país.

São milhares de trabalhadores na educação, no setor da saúde, até nos setores siderúrgicos, na administração pública, nas universidades autônomas e também aposentados e pensionistas que se manifestam simultaneamente para exigir salários e pensões iguais à cesta básica e por acordos coletivos.

A situação é insuportável, com salários e pensões de fome e direitos trabalhistas desrespeitados. O salário mínimo foi fixado em março de 2022 em 130 bolívares por mês (equivalente hoje a cerca de sete dólares), por isso são necessários mais de 50 salários mínimos para cobrir a cesta de alimentos que gira em torno de 400 dólares. É o que recebe grande parte dos servidores públicos e mais de 5,3 milhões de aposentados e pensionistas.

Em Caracas, às 10h de segunda-feira, foi a vez do ponto de concentração na Universidade Central da Venezuela (UCV) e aumentou a participação de trabalhadores do setor de educação, saúde, trabalhadores e professores universitários e outras áreas de trabalho. E na época a bola do jogo foi entregue ao centro de Caracas.

Apesar de as forças de segurança bloquearem o acesso às autoestradas e vedarem acessos importantes, a manifestação conseguiu avançar e, a partir da Plaza Venezuela, percorreu várias artérias que conduziam ao centro da cidade. Eles marcharam agitando e entoando slogans e agitando bandeiras. “Somos professores, não somos criminosos”, “Não aos salários de fome nem às pensões por morte”, “E não, e não, e não nos tiraram o direito de manifestação”, “Quem governa, defendem-se os direitos”, foram algumas das palavras de ordem que se ouviram durante a manifestação.

Dentro do país, também era evidente a força das manifestações operárias. Para rastrear certos estados e cidades. Em Barquisimeto, estado de Lara, havia blocos e blocos de trabalhadores do magistério e de outros setores. A combatividade se faz sentir nas ruas com maciez e combatividade.

A marcha dos trabalhadores de Cumaná continua mostrando sua força, sem se intimidar e respondendo às ameaças de Karelis, diretor da Zona Educacional do Estado de Sucre.

Na Portuguesa, centenas de trabalhadores percorreram as ruas das cidades, também com a mesma reivindicação, o mesmo salário e os mesmos direitos contratuais.

Em Coro, estado de Falcón, funcionários da administração pública, sindicatos e organizações políticas marcharam para exigir salários justos e outras reivindicações sindicais.

Ángel Arias, chefe da Liga dos Trabalhadores pelo Socialismo (ISSO É), que treina O diário de esquerdaou, disse no protesto em Caracas que “milhares de trabalhadores estão observando com muita atenção os atuais protestos na Venezuela, porque sabemos que se a luta do setor educacional conseguir uma vitória, pode ser a base para outras lutas dos trabalhadores em o setor público e privado. Para que essa luta não se esgote, são necessários saltos organizacionais para fortalecê-la. Da LTS levantamos a necessidade de nos organizarmos e discutirmos em assembléias e que todos os trabalhadores formem Comissões de Trabalho por escola, colégio e diante dos ouvidos surdos do governo, preparem as condições para uma grande greve nacional dos trabalhadores, sem interferência dos partidos empresariais, com independência política da classe trabalhadora, contra o governo faminto e repressor, contra os partidos empresariais de oposição de direita. Essa é a perspectiva em que a classe trabalhadora pode se fortalecer”.

Por sua vez, Suhey Ochoa, membro do pão e rosas e ativista de ISSO ÉDurante a manifestação, ela levantou a situação da mulher e a importância de ingressar no movimento trabalhista, de forma independente. Nesse sentido, afirmou que: “Nos solidarizamos com o sindicato dos professores que estão a liderar uma luta muito importante a nível nacional. O governo não se importa com a vida dos professores, ou dos trabalhadores, ou dos alunos, nem de nada, exceto das mulheres. Toda essa crise é sofrida por nós e as mulheres carregam o fardo primeiro, somos nós que temos horário dobrado, cuidamos de nossos entes queridos, procuramos remédios e temos uma ninharia. Decidimos nos mobilizar contra o pacote econômico imposto pelo governo de Maduro e pelos empresários, porque nos recusamos a passar fome e por isso as mobilizações. Por isso é preciso que todos os trabalhadores e estudantes apoiem professores e professoras, formem Comitês de apoio à luta por salários iguais à cesta básica, indexados à inflação, organizados independentemente de empresários, burocratas e lideranças de direita”.

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Francisco Araújo

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