Suprema Corte russa ordena dissolução de partido de oposição

O Supremo Tribunal de A Rússia liquidou hoje o partido de oposição PARNAS (Partido da Liberdade do Povo), liderado entre outros pelo político liberal Boris Nemtsov, morto a tiros em 2015 fora dos muros do Kremlin. O argumento avançado pelo Ministério da Justiça foi de que o número de filiados à formação política tinha diminuído desde o início do ano de 47 para 40, segundo o portal Mediazona.

Desta maneira, o partido tem filiados em menos da metade das regiões deste país, motivo suficiente para a sua liquidação imediata. O PARNAS argumenta que atualmente possui 44 subsidiárias, mais da metade das entidades federadas que existiam antes do início da guerra na Ucrânia (85).

A Rússia anexou em setembro de 2022 quatro regiões ucranianas -Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporizhia-, que foram incluídos na Constituição, então agora na Federação Russa existem 89 regiões. O partido da oposição considera que estas regiões não podem ser tidas em conta, uma vez que ainda não dispõem de órgãos executivos propriamente ditos.

Fundado em 1990 como Partido Republicano Russo, mudou de nome em 2012 quando decidiu juntar-se a outras formações de oposição críticas ao presidente russo, Vladimir Poutine. Além de Nemtsov, o partido incluía o ex-primeiro-ministro Mikhail Kasyanov e o preso Ilya Yashin, que cumpre pena de oito anos e meio por criticar as ações militares russas na Ucrânia.

A oposição extraparlamentar acusa o Kremlin de pressionar seus líderes a silenciar seus críticos da intervenção militar russa na Ucrânia, condenando-os a longas penas de prisão ou forçando-os ao exílio. Ainda que o presidente negou planos de lançar uma ‘caça às bruxas’ordenou ao Ministério Público e às forças de segurança que tomem medidas para acabar com a “escória” neste país.