Llop destaca ‘compromisso determinado da Espanha’ com investigação de crimes de guerra do TPI na Ucrânia

A ministra da Justiça, Pilar Llop, ratificou “o determinado compromisso da Espanha com o trabalho do Tribunal Penal Internacional (TPI) para apoiar a investigação de crimes de guerra na Ucrânia, não apenas do material, mas também no campo judicial”.

Llop participou esta segunda-feira na Conferência de Ministros da Justiça realizada em Londres. Um dos objetivos da conferência, organizada conjuntamente pelo Reino Unido e pela Holanda, é apoiar as investigações do TPI sobre a situação na Ucrânia.

Em 2022, a Espanha fez contribuições voluntárias ao TPI de € 540.000 para investir em ferramentas tecnológicas, apoio psicossocial e treinamento especializado em crimes sexuais e violência de gênero e contra crianças.

O chefe de justiça indicou que o Ministério Público abriu uma investigação para colher depoimentos, que serão disponibilizados ao TPI. E isso influenciou a solidariedade do governo espanhol e do povo com a Ucrânia: “165.000 meninos, meninas e refugiados ucranianos foram acolhidos”.

Além disso, Llop indicou que o governo espanhol entregou equipamento militar ao governo ucraniano de acordo com acordos com seus parceiros e aliados.

MEDIDAS LEGISLATIVAS PROMOVIDAS PELA JUSTIÇA
O Chefe de Justiça referiu-se ao Real Decreto-Lei através do qual se articula um regime excecional para que os conservadores de registos imobiliários, comerciais e móveis possam habilitar e publicar títulos registráveis, facilitando a entrada em vigor da proibição de alienação de bens registados em nome de indivíduos ou intermediários sancionados.

O objetivo dessa regra, aprovada em abril de 2022, é eliminar possíveis obstáculos que impeçam ações contra oligarcas russos que mantêm ativos na Espanha, quando a titularidade desses ativos é detida por espantalhos ou intermediários. O ministro mencionou ainda a alteração do Código Penal para agravar o tráfico de pessoas em fuga de conflitos armados.

Por outro lado, Llop mencionou também a abertura por parte do Ministério Público de um procedimento de investigação para assegurar, com todas as garantias, os testemunhos e outras provas dos crimes cometidos na Ucrânia para a sua contribuição para o Tribunal Penal Internacional.

COLETA DE EVIDÊNCIAS
Um elemento essencial na investigação de crimes internacionais cometidos no contexto de agressão armada é a coleta de provas no campo de batalha, para a qual convergem a investigação do Promotor do TPI, a das autoridades ucranianas -na ocorrência-, e as abertas por as autoridades de vários Estados-Membros da UE.

Segundo o Guardião dos Selos, neste contexto, seria muito oportuno haver protocolos de actuação comuns, e definir garantias mínimas para a recolha de provas, que permitam posteriormente a sua admissão e utilização nos diferentes processos criminais em curso. tanto no nível nacional quanto no TPI.

Neste sentido, o Llop tem dado particular destaque à necessidade de garantir a célere transmissão das referidas provas às autoridades judiciárias e de assegurar a sua rastreabilidade. A Chefe de Justiça manifestou-se disposta a entregar às autoridades ucranianas o kit de recolha de amostras de ADN promovido pela pasta que dirige.

DISPONIBILIDADE DE ESPECIALISTAS EM LEGISLAÇÃO ESPANHOL
Por fim, o ministro lembrou durante a sessão a disponibilidade de um grupo de especialistas espanhóis em trabalho forense e investigação criminal, para avaliar possíveis crimes de guerra internacional produzidos em território ucraniano.

Llop indicou que todos são profissionais altamente qualificados e sublinhou “o seu reconhecimento e valorização do seu prestígio internacional”.

Também participaram da Conferência os Ministros da Justiça da França, Portugal, Eslováquia, Eslovênia, Croácia, Alemanha, Itália, Estônia, Dinamarca, Bélgica, Irlanda, Luxemburgo e Letônia, entre outros.

REUNIÃO BILATERAL
Durante o dia, Llop reuniu-se com o ministro da Justiça do Luxemburgo, Sam Tamson. Durante o encontro foi discutida a directiva contra o tráfico de seres humanos promovida pela UE, bem como os mecanismos de protecção das mulheres vítimas de violência de género no âmbito do seu parceiro e ex-companheiro, bem como diversos aspectos no campo da violência sexual.

Llop também traçou as principais linhas de ação da Espanha para a Presidência da UE, que acontecerá no segundo semestre deste ano, e convidou Tamson a La Rioja em julho para o início da Presidência.

Alex Gouveia

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