Exploraterra abre suas portas em Sevilha como centro cultural, turístico e de informação da I Volta ao Mundo

SEVILHA, 29 de março (EUROPA PRESS) –

Exploraterra, o centro permanente de interpretação da primeira circunavegação do mundo liderada por Magalhães e Elcano, abriu suas portas neste
quarta-feira como um projeto de divulgação e revitalização cultural, ampliando
também a oferta turística da cidade e a promoção do empreendedorismo. Este espaço está localizado em um edifício de 1.745 m2 doado pela Prefeitura perto do Muelle de las Muelas: início e fim da Primeira Rodada do
Mundial e considerado o “quilômetro zero” da exploração moderna.

Este enclave está localizado em um dos edifícios até então não utilizados pelo Turismo de Sevilha no Paseo Marqués de Contadero, ao lado da Torre del Oro, e que foi cedido pela Câmara Municipal para tornar realidade esta nova iniciativa cultural, como mostra uma imprensa liberar.

Este novo centro cultural é concebido como uma “janela temporária” entre o passado, o presente e o futuro de exploração, “como um local aberto à cidade e aos seus visitantes”. Nesse sentido, alberga uma exposição permanente sobre a Primeira Volta ao Mundo contada na primeira pessoa pela sua protagonista: a nao Victoria.

Assim, por meio de audiovisuais, cenários e fac-símiles, o visitante
descubra as origens e os protagonistas da ‘Armada del Maluco’, a
principais acontecimentos deste percurso histórico e o seu impacto na
história.

O prefeito de Sevilha, Antonio Muñoz, destacou durante a inauguração que este centro é um “exemplo de crescimento e expansão da oferta turística, cultural e patrimonial de qualidade em Sevilha”, com espaços inovadores e tecnologias de ponta “que reinterpretam e valorizam nossas marcas registradas “.

“Planejamos o aniversário da circunavegação como um projeto de cidade com uma clara vocação de continuidade, oferecendo um legado e uma pegada que destaca o papel fundamental que Sevilha desempenhou neste feito histórico”. Participaram os administradores da Fundação Nao Victoria, bem como o ministro andaluz da Presidência, Interior, Diálogo Social e Simplificação Administrativa da Junta de Andaluzia, Antonio Sanz.

O conselheiro recordou que “os primeiros homens que deram a volta ao mundo partiram destas docas” e que Exploraterra “é um lugar onde as novas gerações podem descobrir a aventura que Juan Sebastián Elcano e Fernando Magallanes iniciaram há 500 anos. Uma viagem que transformou a Andaluzia na milha zero das expedições marítimas. Uma janela temporária entre o passado, o presente e o futuro da exploração, como um lugar aberto à cidade e aos seus visitantes”, a- assegurou.

Sanz destacou as novas instalações e argumentou a esse respeito que “usa a tecnologia para explicar melhor a história” e que são “uma autêntica experiência para os sentidos”. Da mesma forma, explicou que este lugar “está chamado a ser uma referência e uma atração turística para todos. Desde os próprios andaluzes até aos milhões de estrangeiros que visitam a nossa terra todos os anos”. Por esta razão, disse que é também um “gerador de riqueza de todos os tipos para a Andaluzia”.

Por seu turno, o presidente da Fundação Nao Victoria, José Fernández de Cabo, disse que a cidade “desfruta desde hoje de uma merecida aposta na primeira circunavegação do globo e nas grandes expedições, que ligam o presente e o futuro da exploração, alarga a oferta cultural e científica da cidade e promove um turismo de qualidade”.

Depois de uma reforma profunda, dentro deste enclave localizado na
Marcado por Contadero, foram definidos diferentes espaços, como a Praça
exploreterra. É uma ágora expositiva ampla, versátil e aberta que
abriga uma instalação artística que homenageia os exploradores de
todos os tempos e reflete sobre a atitude do ser humano perante a
desconhecido desde a primeira circunavegação do globo até hoje.

ESCULTURAS, AUDIOVISUAIS E A RÉPLICA NAO VITORIA

Esculturas e audiovisuais representam “momentos e emoções comuns
cada viagem de exploração”, ligando as explorações e desafios do passado, presente e futuro. A Exploraterra dispõe ainda de um arquivo de explorações geográficas, história marítima e construção naval, que pode ser consultado por especialistas mediante marcação prévia. Esta biblioteca abriga o arquivo documental e bibliográfico de Ignacio Fernández Vial, que serviu de base para os estudos e projetos históricos realizados por este pesquisador e pela Fundação Nao Victoria por mais de vinte anos.

A estas propostas juntam-se reproduções, recriações audiovisuais e elementos de última geração que explicam o mundo inteiro e o seu impacto em todos os tipos de público, desde crianças em idade escolar e famílias em Sevilha até turistas de todo o mundo. No âmbito da oferta do Espace Exploraterra, encontra-se ancorado o Nao Victoria 500, réplica da nave estelar da Primeira Volta ao Mundo e legado do seu V Centenário.

A embarcação tem 26 metros de comprimento, 6,6 metros de largura, calado de três metros e três mastros (além do gurupés), içando 6 velas com área de 290 m2. As formas e detalhes do Nao Victoria 500 respondem a um exaustivo estudo histórico, através das fontes documentais da expedição, das crónicas, dos tratados de construção naval, da iconografia da época, etc. Sua construção foi resultado de doze meses de intenso trabalho envolvendo todos os ofícios relacionados à construção naval, como carpinteiros, calafates, redes de emalhar, veleiros, artesãos, engenheiros e historiadores.

Exploraterra é um projeto da Fundação Nao Victoria, cofinanciado pelo Programa de Cooperação Transfronteiriça Espanha-Portugal, que contou com a participação de outras instituições: a Agência Andaluza de
Instituições culturais da Junta de Andaluzia, Agência Galega de Turismo, Associação Portuguesa de Formação de Vela (Aporvela) e Entidade Regional de Turismo do Algarve (Portugal) e com a colaboração da Câmara Municipal de Sevilha e Acción Cultural Española.

Filomena Varela

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