O governo acha que o líder do PP cometeu vários erros “diretos” e está gerando uma imagem ruim em Bruxelas
A ministra das Finanças e da Função Pública, María Jesús Montero, fez com que o feio presidente do PP, Alberto Núñez Feijóo, viajasse a Portugal para forjar alianças com o país vizinho, opondo-se à exceção ibérica, na sua opinião, o principal acordo alcançado pelos dois estados nos últimos anos.
É o que indicava quinta-feira uma conferência de imprensa de apresentação dos dados da execução orçamental do exercício de 2022, realizada no Ministério das Finanças e na Função Pública. Montero acusou Feijóo de sair da Espanha para falar mal do nosso país. Além disso, fontes do governo acreditam que o líder “popular” cometeu vários erros nos últimos dias que começam a gerar uma imagem ruim entre os líderes comunitários.
Para Montero, que também é secretário-geral adjunto do PSOE, a “solução ibérica” é a aliança mais importante que Espanha e Portugal concluíram nos últimos anos, enquanto Feijóo e o PP passaram a descrevê-la como uma “fraude ibérica”, segundo reclamou.
“Não sei a que aliança chegará se, quando chegarmos a este importante consenso que permite que os preços da energia sejam os mais baixos da União Europeia em toda a Península Ibérica, Feijóo vote contra e diga que viajará a Portugal para fazer alianças”, acrescentou.
No mesmo sentido, criticou o líder dos “populares” por ter ido a Bruxelas criticar a reforma das pensões promovida pelo governo e que foi aprovada esta quinta-feira no Congresso dos Deputados.
CRÍTICA À REFORMA DAS PREVIDÊNCIAS
Assim, recordou que o comissário europeu para a Economia, Paolo Gentiloni, com quem Feijóo se encontrou recentemente na capital comunitária, chamou-lhe a atenção, segundo Montero, “para o facto de o trabalho da oposição ser uma crítica construtiva e não destrutiva à situação de um país reputação”.
Na mesma linha, fontes do governo apontam que Feijóo cometeu uma série de erros não forçados nas últimas semanas que lhe renderam uma imagem ruim entre os líderes da União Europeia.
Entre esses erros destacam a viagem a Portugal, com cujo primeiro-ministro o Presidente do Governo, Pedro Sánchez, mantém excelentes relações, segundo apontam, e as críticas a uma reforma das pensões que tem sido acordada com a Comissão Europeia.
FEIJÓO COLOCA PORTUGAL COMO EXEMPLO
Feijóo, por seu lado, deu o exemplo em Portugal, durante uma viagem de 24 horas ao país vizinho onde prevê encontrar-se com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, bem como com o presidente da social-democrata. Partido, Luis Montenegro, e o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.
Além disso, defendeu que Portugal e Espanha passem da exceção ibérica para a solução ibérica para aumentar a autonomia energética de ambos os países e da UE. “Penso que o mais importante não é ser uma exceção ibérica mas ser uma solução ibérica para aumentar a autonomia energética não só dos nossos países mas também para colaborar na autonomia energética de toda a União Europeia”, declarou.
Assim, exigiu que Sánchez “copiasse” o sistema fiscal português “que é melhor que o de Espanha na captação de investimento estrangeiro”. Segundo ele, “é uma pena que a Espanha não tenha um sistema tributário mais atrativo” e criticou o fato de o governo de Pedro Sánchez manter uma “carga tributária muito alta” enquanto tem “um histórico de arrecadação de impostos”.
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