A audiência para julgar o ex-controlador Carlos Pólit Faggioni nos Estados Unidos foi adiada para 23 de outubro de 2023. Isso foi estabelecido pela juíza Kathleen M. Williams, do Tribunal do Distrito Sul da Flórida, em uma ordem emitida na semana passada.
Antes dessa resolução, o julgamento estava marcado para maio. Os três advogados de Pólit propuseram o adiamento argumentando que havia muitas informações a serem revisadas para preparar a defesa e que os promotores americanos não se opunham à proposta.
Nos Estados Unidos, o ex-controlador enfrenta seis acusações criminais relacionadas a subornos de mais de US$ 10 milhões da construtora brasileira Odebrecht e com outras possíveis propinas para um contrato com a Seguros Sucre, empresa administrada pelo governo equatoriano.
Em seu escrito, os advogados indicam que no âmbito do julgamento existem arquivos digitais fornecidos pelas autoridades do Equador, Curaçao, Panamá, Brasil, Peru, Portugal e Suíça, que chegam a um peso de 2,6 terabytes. É a mesma quantia que foi revelada nos Panama Papers, o volumoso vazamento internacional sobre negócios offshore revelado pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos (ICIJ) há sete anos.
Os advogados de Pólit se referiram a informações fornecidas pela promotoria equatoriana, que foram recentemente incorporadas aos autos do processo. São cinco gigabytes de arquivos digitais obtidos de 17 celulares apreendidos em processo penal no Equador.
Além disso, a defesa da ex-controladora lembrou à juíza Williams que três outros requerimentos dela estão pendentes. Em uma delas, levantada em setembro do ano passado, um dos advogados pedia que acusações de lavagem de dinheiro caiu argumentando que esse crime prescreveria, já que, de acordo com a lei dos Estados Unidos, as acusações só podem ser feitas por atos cometidos cinco anos antes da acusação, mas os promotores apresentaram evidências de pagamentos anteriores.
O Departamento de Justiça se opôs a esse pedido, argumentando que as acusações não prescreveram porque o tempo que os promotores de outros países levaram para fornecer informações não deve ser contado.
Pólit atuou como Controlador Geral entre 2007 e 2017. No Equador, tem mandato a seis anos de prisão e ao pagamento de 40,4 milhões de dólares por propina da Odebrecht. Esta sanção foi homologada em terceira instância e encontra-se em fase de execução. Além disso, há outro processo criminal por suposta associação ilícita, que está suspenso porque o ex-controlador não pode ser julgado à revelia por esse crime. (YO)
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