Prêmio de Composição, para celebrar a arte musical mais recente e experimental da América Latina – La Ventana

Por Elizabeth Quintana

Da esquerda para a direita: Carmen Souto, especialista do departamento de música da Casa de las Américas; Wilma Alba Cal, compositora, maestrina e pedagoga, integrante do Júri do Prêmio Composição 2023; María Elena Vinueza, diretora de House Music, e Sheyla Valladares, diretora de Comunicação.

María Elena Vinueza, diretora musical de nossa Casa de las Américas; A compositora cubana Wilma Alba Cal e o editor da revista Boletim de Notícias MúsicaCarmen Souto, revelou em entrevista coletiva os principais contatos da nona convocação do Prêmio de Composição Casa de las Américas 2023, que abrirá suas portas na terça-feira, 18 de abril, às cinco da tarde, no saguão da instituição.

Como parte da abertura do concurso, o público poderá interagir com a amostra Música visual latino-americana para receptores itinerantes, que ocupará os diferentes espaços da Casa e teve curadoria de Francisco Colasanto (Argentina) e Rodrigo Sigal (México), dois dos jurados desta edição. Essa responsabilidade é compartilhada com a famosa compositora, maestrina e pedagoga cubana Wilma Alba Cal. Estas obras de compositoras ―principalmente femininas― da Argentina, Canadá, Colômbia, Cuba, México, Portugal e Suécia revelarão a criação mais experimental para novas mídias produzida recentemente na América Latina.

Em seu discurso, María Elena Vinueza relembrou a razão de ser do Prêmio de Composição: acolher compositores da América Latina e do Caribe, além de demonstrar o ímpeto da música contemporânea em nosso continente e, neste caso, da música visual como meio de expressão. Por isso destacou a participação de 27 trabalhos na competição de países como Argentina, Bolívia, Brasil, Chile, Costa Rica, Equador, México, Peru, Venezuela e Cuba.

María Elena Vinueza, diretora musical da nossa Casa de las Américas.

Partilhou ainda que o Prémio de Composição percorreu um longo caminho nos seus mais de cinquenta anos de existência, entre a sua primeira fase de fundação (1966-1967) e a segunda iniciada em 2004, período em que convocou compositores de música de câmara. , para coro, sinfonia, para quarteto de cordas, para instrumentos musicais, para suportes instrumentais e eletroacústicos, todos procurando contribuir para desenvolver e tornar visível o rico discurso sonoro do continente.

Nesse sentido, a nona edição do evento dedicado à música visual recebe peças onde a tecnologia contribui para a experiência sonora e desenha novas experiências que fogem dos cânones tradicionais de recepção.

A compositora Wilma Alba, durante a coletiva de imprensa, compartilhou seus primeiros encontros com a Direção Musical da Casa de las Américas e especialmente com as atividades do Prêmio de Composição quando ainda era aluna da Universidade das Artes (ISA). Destacou a importância dos espaços de formação musical disponibilizados pela Casa para a sua posterior atuação profissional. Sobre sua passagem como jurada do Prêmio de Composição 2023, ela disse que é uma grande responsabilidade e uma honra, o que já a torna definitivamente um membro da família Casa.

Carmen Souto, especialista no departamento de House Music e compositora Wilma Alba.

Por sua vez, a editora-chefe Carmen Souto, especialista no departamento de House Music, comentou alguns detalhes do programa de atividades do Prêmio, principalmente sobre os espaços de crescimento profissional ―organizados no Colégio Universitário San Gerónimo de La Habana, em a Ludwig Foundation e a Casa de las Américas―, na qual os jurados Francisco Colasanto e Rodrigo Sigal, juntamente com outros convidados internacionais como Marius Díaz (Colômbia), oferecerão palestras, seminários e participarão de reuniões para compartilhar suas experiências no mundo de composição musical visual, com ênfase nos recursos tecnológicos que utilizam.

Wilma Alba Cal e a compositora argentina Graciela Ramírez serão as protagonistas de um momento privilegiado, que permitirá aos visitantes da sala Manuel Galich conhecer alguns detalhes do seu processo criativo, em que som e imagem se entrelaçam.

Da mesma forma, a vencedora do último Prêmio de Composição 2019, a argentina Patricia Martínez, falecida prematuramente, será lembrada pela Câmara e por alguns de seus colegas do núcleo de composição da Universidade de Quilmes. Será uma oportunidade única de assistir à apresentação do seu trabalho premiado. mal a respiração (mal a respiração).

Por fim, na sexta-feira, 21 de abril, às 17h, está programado o prêmio de composição Casa de las Américas 2023, que será acompanhado pelo concerto videoclipe hojeno qual participarão criadores do México, Argentina, Suécia e Portugal.

Mais uma vez, o Prêmio de Composição acontecerá na Casa de las Américas para celebrar a pluralidade da arte musical mais recente e experimental da região latino-americana.

PROGRAMA GERAL

terça-feira 18

University College San Gerónimo de La Habana

10:00 da manhã.- Conferência A ratoeira: manipulação contemporânea. Marius Diaz (Colômbia)

Lobby, Casa das Américas

18:00 – Inauguração do Prêmio de Composição Casa de las Américas 2023

Provar Música visual latino-americana para receptores itinerantes com obras de Myriam Boucher (Canadá), Sofía Matus (México), Ana María Romano (Colômbia), Fabiola Larios (México), Malitzin Cortés (México) e Marius Díaz (Colômbia).

quarta-feira 19

fundação ludwig

10:00 da manhã.- Seminário tecnologia musical. Seminário proferido por Francisco Colasanto (CMMAS).

quinta-feira 20

Sala Galich, Casa das Américas

10:00 da manhã.- conversação Centro Mexicano de Música e Artes Sonoras: projetos e oportunidades. Rodrigo Sigal e Francisco Colasanto (CMMAS).

14h30 – Mulheres compositoras em primeiro plano: música e imagem. Wilma Alba Cal (Cuba) e Graciela Jiménez (Argentina)

16:00.- As luzes de Patricia Martínez. apresentação do trabalho mal a respiração (mal a respiração)premiado com o Prêmio de Composição Casa de las Américas 2019. Participam Ricardo Dal Farra (Argentina-Canadá) e Núcleo de composición, da Universidade de Quilmes (Argentina).

9:00 da noite.- Show Concorrente
Fábrica de Arte Cubana (Calle 26, e/ 11 y 13, El Vedado, Plaza de la Revolución)

Obras de: Wilma Alba Cal (Cuba), Francisco Colasanto (Argentina), Marius Díaz (Colômbia), José Víctor Gavilondo (Cuba) e Rodrigo Sigal (México).

sexta-feira 12

Sala Che Guevara, Casa das Américas

17:00.- Prêmios

Show videoclipe hoje com obras de Rodrigo Sigal (México), Francisco Colasantos (Argentina), Åke Parmerud (Suécia), João Pedro Oliveira (Portugal), Tonalli R. Nakamura (México) e Sebastián Torrella (Argentina).

JÚRIS

WILMA ALBA CAL (Cuba)

Compositor, maestro e professor. Mestre em Composição Musical pela University of the Arts, ISA (2018). Bolsista da Academia de Música e Teatro da Universidade de Gotemburgo (Suécia, 2012). Sua formação inclui uma graduação em criação sonora com novas tecnologias do Centro Mexicano de Música e Artes Sonoras (CMMAS, 2017) e uma residência artística concedida pela Ibermúsicas que realizou na Universidade Nacional de Quilmes (Argentina, 2018).

A sua actividade musical está ligada à educação artística profissional desde 2008 como professor e maestro de coro. Também já foi assessora de grupos de dança e teatro, além de produtora musical em algumas produções discográficas. Ele participou de vários eventos e conferências em Cuba, Suécia, Colômbia, México, Porto Rico, EUA, Alemanha e Argentina. Obteve vários reconhecimentos, entre os quais o primeiro e segundo prêmios do concurso nacional de composição Alejandro García Caturla ―patrocinado pela Agência Cubana de Direitos Autorais Musicais e pelo Instituto Cubano de Música― na II edição dedicada à música coral (2010) e Primeiro Prémio da 4ª edição dedicada à música sinfónica (2014), o Bolsa Comutações de Criação Musical atribuído pela Associação Hermanos Saíz (2011). Seu catálogo de obras contém música de câmara, coral, eletroacústica, orquestral e trilhas sonoras para teatro e audiovisual, além de arranjos corais, orquestrações sinfônicas e para banda de concerto; escritos de 2007 até os dias atuais. Sua música faz parte de seis produções discográficas e inúmeras trilhas sonoras audiovisuais.

FRANCISCO COLASANTO (Argentina)

Compositor, educador, programador de sistemas multimídia interativos com mais de vinte anos de experiência. Possui graduação em composição eletroacústica pela Universidade Nacional de Quilmes, Buenos Aires, em 2004 e doutorado em tecnologia musical pela Universidade Autônoma do México (2020).

Recebeu, entre outros reconhecimentos, o prêmio do Live Electronic Music Competition otorgado pela Harvard University (USA, 2006), o Giga-Hertz Award, ZKM (Alemania, 2009), o Premio Ibermúsicas 2013, o Premio Juan Carlos Paz de composição por O trabalho dele Dança (Argentina, 2005), a Residência LIEM do Museu Reina Sofía (Espanha, 2006) e foi reconhecida pelo Programa de Promoção de Projetos Culturais e Joint Ventures (México, 2018).

Atualmente trabalha como Coordenador do Bacharelado em Música e Tecnologia Artística da Escola Nacional de Pós-Graduação da Universidade Nacional Autônoma do México (UNAM) e como Subdiretor do Centro Mexicano de Música e Artes Sonoras (CMMAS). Ele também é um treinador certificado Cycling74 Max e autor do livro MaxMSP: Guia de Programação para Artistas (CMAS, 2010).

RODRIGO SIGAL (México)

Compositor e gestor cultural, além de professor em tempo integral na Escola Nacional de Estudos Superiores Unidade Morelia, da Universidade Nacional Autônoma do México, onde é coordenador do Bacharelado em Música e Tecnologia Artística. Tem interesse em trabalhar com novas tecnologias, principalmente na área de música eletroacústica.

Desde 2006 é diretor do Centro Mexicano de Música e Artes Sonoras (CMMAS), de onde coordena várias iniciativas de criação, educação, pesquisa e gestão cultural relacionadas ao som e à música. Possui doutorado pela City University of London e pós-doutorado pela UNAM, além de diploma em gestão cultural pela UAM-BID.

Prosseguiu os seus estudos e projetos criativos com várias bolsas e o apoio de instituições como o FONCA (membro do SNCA) e a Fundação DeVos para a Gestão Cultural, entre outros. Há mais de quinze anos faz parte do projeto Lumínico, dirige o festival Visiones Sonoras e edita a revista idéias de som.

Filomena Varela

"Desbravador do bacon. Geek da cultura pop. Ninja do álcool em geral. Defensor certificado da web."

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