O dragão azul, o molusco particular que voltou às águas do mar Mediterrâneo

O os dragões estão de volta na espanha, especificamente para as costas do Mediterrâneo. Este é o dragão azul, também conhecido como a “borboleta azul do mar”, um molusco que foi documentado pela última vez em 1705 pelo biólogo Johann Philipp Breyne, nas proximidades da ilha de Ibiza. Este ser quase fantástico pertence à família dos ‘Glaucidae’ e foi avistado no verão de 2019 na costa de Alicante, mais precisamente nas praias de Orihuela, Guardamar del Segura e Torrevieja, mas só agora foi possível para documentar claramente seu reaparecimento por cientistas marinhos.

Dela cor azul marcante, tronco achatadoseus três pares de “asas emplumadas” e sua capacidade de flutuar de cabeça para baixo na superfície fazem desse molusco parecido com uma lesma do mar um objeto de estudo para pesquisadores. “É uma descoberta extraordinária que aumenta a aura de mistério sobre a presença nas nossas costas deste pequeno invertebrado marinho”, declararam Juan Antonio Pujol, Raquel López Eslápez e Nicolás Ubero nas revistas “Mediterrâneo Marine Science” e “Quercus”.

Depois de quase três séculos sem ser avistada nas águas do Levante, esta espécie de molusco de pouco mais de três centímetros reapareceu nas águas do Mediterrâneo na sequência de uma série de circunstâncias. Ainda que Costuma habitar os oceanos Índico, Atlântico e Pacífico, sua origem é tropicalé por isso que sempre tente encontrar águas mais quentes e temperadas do que os dos grandes oceanos. Seu pequeno tamanho e capacidade de flutuar na água facilitam sua movimentação na água, o que contribuiu para sua capacidade de atravessar o Estreito de Gibraltar para aparecer, novamente, no mar.

Os pesquisadores explicam que “dada a processo de tropicalização que ocorre no Mar Mediterrâneo, não seria surpreendente se novos espécimes fossem logo avistados, já que entre suas presas estão habitantes comuns do Mediterrâneo”.

Os dragões azuis são venenosos?

Não, eles não são tóxicos, mas sua mordida pode causar urticária em humanos. Este gastrópode particular tem a singularidade de alimentando-se de animais cnidáriosisso é para dizer, perigoso e tóxico como a medusa portuguesa, que a faz acumular no estômago as substâncias químicas dos animais peçonhentos que ingere.

Sua picada em humanos pode produzir uma sensação de queimação com dor, mas não fatal. Segundo os investigadores, “conseguem concentrar nos seus tecidos as células urticantes características das espécies que consomem, razão pela qual são geralmente erroneamente percecionados como um dos nudibrânquios mais venenosos do planeta, porque a caravela portuguesa é um de suas presas, e eles usam o aguilhão apenas para se defender.”

Curiosidades do Dragão Azul

Este peixe, conhecido cientificamente por ‘Glaucus atlanticus’, esconde uma multiplicidade de peculiaridades para além da sua curiosa morfologia, que não passa despercebida:

  • Eles são hermafroditaspossuem órgãos masculinos e femininos e sua reprodução é face a face, ao contrário de outros gastrópodes.
  • Eles são predadoresEles usam o veneno de suas presas para atacar.
  • engolir ar para usá-lo como flutuador e assim poder ficar na superfície das águas.
  • flutuar de cabeça para baixo camuflar

Filomena Varela

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