Uma portuguesa engravida do marido três anos depois de ter ficado viúva, como é que o fez?

Apesar de o marido de Ângela Ferreira ter morrido em 2019 de cancro, a mulher engravidou do marido em meados de 2023 e conseguiu-o com a inseminação post mortem, método pelo qual tem liderado o movimento para defender a sua legalização. em Portugal.

“Hoje, finalmente compartilho com vocês todas as notícias tão esperadas. Foram anos de luta para chegar até aqui, o processo foi longo e doloroso… Mas finalmente chegamos lá! Com imensa alegria e de coração cheio, compartilho que agora dois corações batem dentro de mim”, disse ele em seu perfil no Instagram.

A história de Ferreira e do marido ganhou grande repercussão nacional graças ao documentário de 2020 distribuído pela rede TVI. Graças a esta produção, Ferreira conseguiu que mais de 100 mil pessoas assinassem uma petição para que a proposta de legalização fosse discutida na Assembleia da República.

Ferreira lutou pela legalização da prática depois que Hugo, seu marido, deixou por escrito que queria que ela tivesse um filho com o esperma que ele havia deixado na criopreservação.

A mulher alcançou seu objetivo em novembro de 2021, quando o parlamento português autorizou a prática legal da inseminação post mortem. Com isto, a nação lusitana junta-se à pequena lista de nações europeias que permitem a fecundação após a morte e entre as quais se encontram a Bélgica, Reino Unido, Espanha e Grécia. Cada país define o enquadramento legal em que se enquadra esta técnica de fertilização.

Com esta nova perspetiva legal em Portugal, a mulher passa a poder ser inseminada com o material genético do companheiro falecido desde que haja consentimento explícito de um projeto parental. Da mesma forma, a referida fertilização deve ocorrer dentro de um período entre seis meses e três anos após a morte deste último.

Em caso de fertilização e parto bem-sucedidos, o bebê resultante da inseminação será legalmente reconhecido como filho do falecido.

Refira-se que, embora a legalização desta técnica tenha sido aplaudida por grande parte da sociedade portuguesa, outros setores não se sentiram satisfeitos com ela, como é o caso do Presidente da República, o conservador Marcelo Rebello de Sousa.

Da mesma forma, membros do sindicato médico levantaram suas vozes para protestar contra essa prática de fertilização. Na época, o Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida (CNEVC), o Conselho Nacional de Procriação Medicamente Assistida (CNPMA) e a Associação Portuguesa de Fertilidade estavam entre os centros especializados que se opuseram à época na legalização da medida.

Rita Lobo Xavier, presidente do CNEVC, considerou que a decisão da mãe pode ser afetada por um luto patológico e sublinhou a impossibilidade de conhecer a real vontade do dador falecido.

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Suzana Leite

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