O Hospital Quirón em Badajoz, à espera de licença de construção

A multinacional Quirón suspendeu um investimento de 50 milhões de euros na avenida d’Elvas enquanto aguarda as licenças de urbanização. A construção do novo hospital, que é o grande projeto comercial da Avenida de Elvas, foi anunciada há dois anos e meio.

Nesse período, muitos procedimentos foram necessários, como a mudança de uso do terreno para que ele pudesse abrigar um posto de saúde onde funcionavam os salões de Murano. De facto, a operação de aquisição de terrenos foi condicionada por esta alteração.

Os investidores da Clínica Extremeña de Salud denunciaram a prefeitura perante o TSJEx por essa mudança, pois entenderam que não atendia ao interesse geral da cidade, mas sim da empresa. A mudança de uso deste terreno faz parte da flexibilização de 41 lotes espalhados pela cidade para facilitar a implantação de serviços assistenciais e de saúde.

Dois promotores da Clínica Extremeña, estabelecimento privado construído na Avenida de Federico Mayor Zaragoza, solicitaram em dois recursos que o TSJEx declare a nulidade da modificação específica do PGM e, como medida cautelar, que a prefeitura não conceda licenças de construção até que o TSJEx pronuncie uma decisão final sobre a reclamação. A câmara rejeitou a medida cautelar, mas o Urbanismo continua sem dar o alvará.

No início deste ano, o TSJEx rejeitou os dois recursos e agora os autores recorreram ao Supremo Tribunal. Eles aguardam o processo de admissão, que é o primeiro.

Por outro lado, os processos municipais seguiram o seu curso à parte deste processo judicial.

O urbanismo aprovou neste verão o estudo detalhado do novo hospital de Quirón. Neste momento, estão a decorrer aí as obras de demolição do paço da vila, que decorreram em dezembro de 2021 com autorização da Câmara Municipal para demolir o complexo. Esta é a única autorização de trabalho concedida até o momento.

Apenas um mês depois, a multinacional anunciou que um estúdio de arquitetura de estrelas, como o de Rafael de la Hoz, projetaria o edifício de 20.000 metros quadrados. Ele distribuiu a imagem que acompanha essas linhas como a primeira simulação do imóvel.

O hospital terá três pisos acima do solo e uma cave, que servirá maioritariamente de estacionamento. Embora haja um espaço ao ar livre para estacionar veículos.

O objetivo é que o paciente possa ser atendido no mesmo prédio durante todo o curso de saúde, desde a consulta familiar até o pós-operatório e sua convalescença. A sua localização, junto à fronteira, atesta o peso que os portugueses têm entre os seus utentes. A ideia é que ele atenda às necessidades há trinta anos.

O novo centro atenderá 35 especialidades diferentes e ampliará o atendimento em algumas delas. São elas a cardiologia, cirurgia geral e aparelho digestivo, cirurgia oral e maxilofacial, cirurgia ortopédica e traumatologia, cirurgia pediátrica, clínica médica, neurocirurgia, ginecologia e urologia, entre outras, sobretudo pela incorporação de uma unidade de cuidados intensivos que facilitará tratamentos mais complexos procedimentos.

Em relação à dotação atual, os leitos do hospital passarão de 68 para 90. Além disso, contará com uma unidade de terapia intensiva totalmente equipada, com oito leitos para terapia intensiva adulto, mais quatro para recém-nascidos (UTIN). Também será ampliada a capacidade de radiodiagnóstico, o centro cirúrgico com a adição de vários blocos operatórios, que passarão de três para cinco, e uma unidade de Cirurgia Ambulatorial Maior (CMA), além de uma sala de hemodinâmica para evitar encaminhamentos e duas endoscopias quartos com zona de despertar.

Este futuro centro irá melhorar o atendimento de pacientes crônicos e o espaço para pacientes com câncer; além das áreas pediátricas; obstetrícia e serviços de urgência, com o intuito de separar os circuitos adulto e pediátrico.

Terá 102 leitos e 48 ambulatórios.

Carlos Urueña, Assessor de Urbanismo.

HOJE

Conselheiro urbanístico: “Os passos continuam e nada parou”

O vereador de urbanismo, Carlos Urueña, garante que “os procedimentos do hospital Quirón continuam seu curso e nada parou”. “Com a prefeitura, não há problemas”, insiste. O autarca especifica que a multinacional apresentou o projecto de loteamento e que está aprovado e que o projecto de urbanização está em vias de ser autorizado. Eles estão esperando para saber se o Conselho vai publicar um relatório de impacto ambiental, o que não está claro para eles porque é uma ação pequena. Antes de concederem a licença, eles precisarão dar mais um passo: aprovar o cronograma. “Nada está parado”, garante o autarca, que defende que os procedimentos continuem a decorrer.

Francisco Araújo

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