“Há vontade de regressar ao D1”

O clube de futebol Os Belenenses pode orgulhar-se de ser, junto à Boavista, o único clube além de Benfica, Porto e Sporting CP que se sagrou campeão da Liga em Portugal. Conseguiu-o em 1946, um ano antes de ser convidado pelo Real Madrid para a inauguração do estádio Santiago Bernabéu. Foi também a equipa preferida da Rainha Amália Rodrigues.

Em 2018, porém, atingiu o fundo do poço após sofrer um terremoto interno. A disputa pela utilização do estádio do Restelo levou à separação do Clube e da Empresa. A SAD, que tinha a licença competitiva, continuou a jogar na primeira divisão. O Clube, por seu lado, manteve o nome, o escudo, o estádio, a história, a lista de prémios e até os ‘seguidores’, mas ele foi forçado a “refundar” (esportivamente falando) e começar a competir da sexta divisão.

“Os torcedores do Belém sempre se identificaram com os valores, símbolos e história que os levaram a tomar a decisão de se separar. Esse sentimento de pertencimento tem sido mais perceptível, se possível, nos últimos cinco anos”, Bruno Dias, treinador dos Belenenses, garante ao MARCA.

O Clube de Futebol Os Belenenses iniciou, em 2018, uma ascensão irresistível que Isso o levou a bater um recorde digno do Guinness Book: cinco subidas em cinco anos. a próxima temporada Eles vão jogar na segunda divisão, o que significa o retorno de um jogador histórico ao futebol profissional.

“É o ápice de um projeto. O presidente e a grande maioria da torcida quebraram los paradigmas do futebol português quando decidiram começar a construir um caminho único sem abdicar da sua independência e dos seus valores”, continua Bruno Dias.

O presidente e os adeptos romperam com os paradigmas do futebol português quando decidiram começar a construir um caminho único sem abdicar da sua independência e dos seus valores.

Bruno Dias

Uma promoção, esta última, que foi particularmente meritória. “Começamos a temporada com um dos orçamentos mais baixos. Nossos rivais tinham orçamentos duas a três vezes maiores. Apesar de tudo, conseguimos montar uma equipe equilibrada, com qualidade e com espaço para melhorias. Criamos um grupo muito competente na temporada regular que, nos playoffs, se tornou mortal. Fomos líderes do primeiro ao último segundo.”

Subimos em segundo lugar com um dos orçamentos mais baixos. Nossos concorrentes tinham orçamentos duas a três vezes maiores

Bruno Dias

É curioso porque pode haver ‘sorpasso’. Enquanto Os Belenenses acabam de certificar a passagem à Segunda, B-SAD -como é chamada a empresa que se separou do clube- detém posições de rebaixamento de promoção em terceiro.

É certo que os Belenenses, para voltarem a competir no futebol profissional, terão de enfrentar a transformação em Societe Anonyme Sportive (SAD) ou Societe Sportive Unipersonnelle par Quotas (SDUQ). “A ambição é máxima. Há vontade de regressar à primeira divisão, mas a sustentabilidade do clube nunca será posta em causa. Os Belenenses vão continuar a crescer, embora a um ritmo mais lento”, afirma Bruno Dias.

Há vontade de regressar à primeira divisão, mas a sustentabilidade do clube nunca será posta em causa

Bruno Dias

Um treinador camaleão no banco

Bruno Dias foi o responsável, desde o banco, pela última promoção dos Belenenses: “Mourinho foi a minha primeira grande referência. Mudou completamente o futebol português, tanto na comunicação como na parte estratégica do jogo”.

No entanto, ele ‘bebe’ de várias fontes: “Eu assisto muitas coisas de treinadores muito diferentes. Admiro a vertigem de Klopp, o jogo posicional de Guardiola, a habilidade camaleônica de Ancelotti, a organização defensiva de Simeone.”

Admiro a vertigem de Klopp, o jogo posicional de Guardiola, a habilidade camaleônica de Ancelotti, a organização defensiva de Simeone

Bruno Dias

Na verdade, olhe um pouco mais longe: “Acompanho também outras modalidades e em particular o futsal. Admiro o Nuno Dias, do Sporting CP”. “Futebol” é sorte. Os Belenenses estão de volta.

Cristiano Cunha

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