A Apadrinaunolivo vai ainda mais longe no seu trabalho de recuperação de oliveiras abandonadas ou centenárias. A iniciativa, nascida em Oliete, Teruel, lança-se agora e atravessa fronteiras com a Endesa para trabalhar em conjunto na cidade de Abrantes, Portugal.
Uma colaboração que se insere no projeto de transição justa para o Pego, que a Endesa adjudicou no ano passado e que se materializou hoje em frente à oliveira mais antiga da Península Ibérica com a assinatura deste acordo entre as duas entidades.
Essa sinergia vai recuperar as oliveiras abandonadas nesta região portuguesa que tradicionalmente produzia seu próprio óleo. Querem, desta forma, dinamizar a economia local e contribuir para a fixação da população nas zonas rurais.
A previsão é trabalhar com 10.000 olivais nesta zona portuguesa, que tem estado ligada à central a carvão do Pegó, que cessou a sua atividade no final de 2021. Objetivo para o qual a Apadrinaunolivo.org vai aplicar os conhecimentos já implementados em Oliete, Teruel, ambos na recuperação de olivais abandonados, luta contra o despovoamento e fomento da economia local.
A Endesa e a Apadrinaunolivo.org colaboram também no projeto Andorra Just Transition, em Teruel, premiado pela empresa de energia no ano passado em Espanha. Nesta cidade de Teruel, 50.000 oliveiras serão recuperadas.
Em termos de geração de empregos, Abrantes vai gerar 27 empregos permanentes associados ao projeto, enquanto na região de Teruel serão gerados 31 empregos diretos, oito dos quais são novos colonos nesta zona rural. Além disso, 34% é emprego feminino.
São números aos quais se devem acrescentar os de Oliete, cujo moinho ao ar livre permite capacitar 150 pequenos agricultores, além de gerar turismo com as visitas dos padrinhos às oliveiras. Todos os anos há 3.000 visitantes entre Oliete e Alacón.
Concretamente, em Abrantes e Médio Tejo -estimam-se até 200.000 hectares de olival abandonado-, a instalação do moinho próprio na região, um Fábrica de conservas com alimentos de hortas locais e uma unidade de compostagem. também lançará um marca de azeite extra virgem da recuperação destas oliveiras.
Transformação além da energia
“Esta iniciativa única em Portugal é um exemplo claro de como queremos transformar a região de Abrantes de forma a construir, com um grande desenvolvimento das energias renováveis, oportunidades de futuro ligadas ao território”, afirmou Guillermo Soler, Administrador Delegado da Endesa em Portugal. .
Por seu turno, o director da actividade Geração da Endesa em Portugal e responsável pelo projecto Pego Just Transition, Pedro Almeida, disse que “a conservação dos olivais é uma das chaves do projecto da Endesa para a região de ‘Abrantes, graças a esta iniciativa única que agora chega a Portugal, não só se recuperarão os olivais abandonados, como se promoverá a economia ambiental local, que será também favorecida pelas acções de formação já realizadas no âmbito deste ambicioso projecto.
O autarca de Abrantes, Manuel Jorge Valamatos, também falou no evento, realçando que “este projeto vai promover a criação de sinergias entre os produtores de azeite e ajudar a aproveitar todos os recursos instalados no concelho, numa zona considerada estratégica para a Abrantes”.
Por fim, de Apadrina un Olivo, sua co-fundadora Sira Plana, apelou “porque o olival representa quem somos e como nos relacionamos com nosso meio ambiente, por isso precisamos agora de madrinhas e padrinhos que queiram manter o patrimônio de nosso território , reconectar com a nossa identidade, o nosso património e a nossa riqueza. É tempo de reescrever a nossa história apadrinhando uma oliveira”.
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