Ele enfrentou o Mauricio em vez de enfrentar o Kirchnerisme

-Convocamos nosso congresso extraordinário realizado na cidade de Rosario, na modalidade presencial virtual. Aí decidimos nos integrar juntos para a mudança, na reiteração das alianças de 2015 e 2019 para integrar a aliança com o PRO e os demais partidos. E veremos mais adiante que nível de participação o partido terá nesse sentido.

– E dentro do Ensemble for Change, quem você apoia como candidato?

-Algumas províncias já apoiaram Patricia Bullrich como Corrientes, Mendoza, Província de Buenos Aires ou Caba. Em Santa Fé, é mais complexo porque há eleições nacionais separadas. Mas a maioria do partido está na coluna atrás de Patricia Bullrich.

-E por que ela e não Horacio Rodríguez Larreta?

-Porque é ele quem melhor interpreta o momento atual que vive a Argentina, que precisa de uma vez por todas mudar de direção, com a marca de ir para o fundo. É Patrícia. Isso é algo que a democracia progressista clama há muito tempo: ter alternativas fora daqueles que governam o país há 50 anos. É a síntese de homens e mulheres que a acompanham com uma coincidência de ideias e projetos. Apesar das tensões, as fundações que funcionam o fazem sem pensar nas dificuldades políticas. Você tem que pensar no que as pessoas estão passando em termos de economia para combater a inflação, para ter um banco central independente, que não é obrigado a emitir. Você tem que ir ao fundo porque a Argentina não dá mais.

-Você é muito próximo de Mauricio Macri, como você vê o papel que ele desempenha nesta fase?

-Macri tenta garantir que a unidade não rache. Às vezes, ele teve que assumir uma posição forçada pelas circunstâncias. Ele tem tido o cuidado de se afastar da cena política para dar tempo suficiente para que aqueles que pretendem liderar o processo venham comunicar suas ideias. E ele quer proteger seu próprio partido. Se alguém quiser prejudicar seu próprio partido, Mauricio intervém para detê-lo.

-Estamos falando das decisões de Horacio Rodríguez Larreta?

– Horacio tomou decisões que o revelaram como o intérprete absoluto de seu próprio partido. Quando teve que assumir a autonomia, foi contra o próprio grupo. Ele queria mostrar que estava enfrentando Macri, mas deveria ter enfrentado muito mais kirchnerismo.

-Que decisões, por exemplo?

-Ele estava assustado. Há decisões que ele não tomou para proteger as ruas ou piquetes. O objetivo é surfar, não fazer ondas. Quando quis mostrar coragem, confrontou o fundador de seu próprio grupo. Ele escolheu lutar e é imprudente.

– Quem aconselha mal Larreta?

Ele escolheu lutar com Macri. Alguém teria que perguntar quem faz parte de seu ambiente. Não entendo as decisões. Às vezes queremos interpretar certas decisões que vão umas contra as outras. Ele teve que voltar de tudo e de nada. Você deve olhar menos para os números das pesquisas e apresentar suas propostas sem ser tão egocêntrico tentando descobrir como prejudicar um ao outro.

– Você pode terminar juntos para mudar?

-Pelas declarações de quem deve liderar isso, não ouvi nada. Estamos em uma situação tensa. Fechado o capítulo administrativo de apresentação de alianças e listas, começa a campanha e as águas seguirão seu curso. Em agosto, vamos todos correr atrás de quem vencer.

Como essas feridas cicatrizam?

-Você tem a Argentina no meio e um país que a reivindica. É política, questões pessoais não estão em jogo.

-Como você vê a Milei?

-Milei tem seu projeto e seu negócio. O personagem que criou o ajudou a chegar onde chegou, mas agora ele se depara com o teorema de Baglini. Muitas de suas propostas são impossíveis. Você vai ter que acalmar seu discurso.

Isso os afeta eleitoralmente?

-Não porque capta outro eleitorado. Ele trouxe a ideia de liberdade para o debate. Ele fala sobre coisas que têm a ver com pessoas revoltadas e marginalizadas. E permeou setores muito baixos da sociedade.

– O que você acha da possibilidade de Schiaretti se juntar à coalizão?

-Foi inapropriado, não foi debatido o suficiente. Não acrescenta nem subtrai, especialmente em meio a um processo eleitoral na província de Córdoba que gerou tensões desnecessárias. Foi uma má decisão querer incorporar alguém que praticou o kirchnerismo até muito tempo atrás

-E José Luis Espert?

-Queríamos que você trouxesse seu fluxo de votos para a província que não tem cédula. Mas agora quer concorrer à presidência porque Horácio precisa dos votos de Patrícia. Não tem estrutura em lugar nenhum. O debate está aberto. Não teria nenhum problema se ele entrasse, embora como candidato presidencial não acrescente nada.

Alex Gouveia

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