Caravelas portuguesas surgem em oito praias da Biscaia e já foram registadas seis picadas

Esta quarta-feira é o dia em que mais picadas de caravelas portuguesas são registadas nas praias da Biscaia desde que as autoridades alertaram para o seu regresso. Nada menos que seis episódios, divididos entre Bakio e Muriola (Barrika), que forçaram o levantamento da bandeira vermelha e depois a branca com o desenho da formidável água-viva. Uma organização que também se apresentou em La Arena, Arriatera, La Salvaje, Gorliz, San Antonio e Armintza. Nestas águas, por outro lado, a sua presença foi testemunha, visto que foram avistados menos de cinco, pelo que a bandeira içada pelos socorristas era amarela.

Os especialistas concordam em destacar os inconvenientes derivados de um encontro com esta espécie. É fundamental, dizem eles, manter a calma e, assim que sentir a picada, afastar-se do local e sair da água. A melhor solução é abordar o pessoal de emergência para que eles possam avaliar a ferida. Em seguida, é preciso retirar os tentáculos que possam ter ficado embutidos ou grudados na pele, e fazer isso com pinças ou luvas é a opção mais higiênica. Se você não tiver esse material em mãos, pode usar roupas.

Se uma caravela nos picar, devemos ter em mente que não devemos esfregar a área, pois isso pode espalhar os restos do animal e causar uma queimadura maior. Recomenda-se proteger bem as mãos e remover os restos com uma toalha grossa. Em seguida, imobilize a área afetada e aplique compressas frias.

A pele deve ser limpa com água salgada e nunca com água doce. Em seguida, para neutralizar o veneno, a área afetada deve ser bem borrifada com álcool e vinagre, e um creme especial disponível em farmácias ou uma espuma de hidrocortisona a 1% aplicada quatro vezes ao dia durante uma semana. Se a picada for forte, pode causar febre e vômitos. Mesmo casos de morte foram relatados em pessoas com defesas muito fracas ou problemas cardiovasculares.

As caravelas portuguesas chegaram à costa da Biscaia nos braços das correntes marítimas. Eles fizeram isso no sábado com uma dúzia de águas-vivas pré-detectadas, já que as comunidades próximas vinham alertando sobre sua chegada iminente há dias. A primeira picada – “leve”, disseram ao Conselho Provincial – ocorreu na praia da Arriatera (Sopela).

venenoso ou mesmo morto

Tal como já acontece há alguns anos, o aparecimento deste organismo planctónico que vive em suspensão na água do mar obriga os serviços de salvamento a ativarem um protocolo de segurança, que inclui o hasteamento da já referida bandeira branca e o alerta dos banhistas através do sistema sonoro para que não se aproximem da água. Animais, mesmo mortos, podem transmitir seu veneno.

Há anos que a caravela portuguesa não visitava as praias da Biscaia. No entanto, o seu desembarque em 2008 não deixou ninguém indiferente ao atingir as dimensões da peste, com dezenas de dezenas de picadas ao longo de toda a costa cantábrica.

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Embora as medusas que se aproximam dos bancos de areia bascos costumam deixar pequenos rastros, outras, como a aguaviva, representam um maior risco à saúde. Portanto, é conveniente saber que tipo de água-viva é.

Borja Goikoetxea, voluntário da Cruz Vermelha de Gipuzkoa, dá algumas dicas de como agir. “É fundamental manter a calma e seguir alguns passos”, diz. “Assim que você sentir a picada, é importante se afastar do local e sair da água”, diz Goikoetxea. A reação mais ideal seria ir a um posto de primeiros socorros para que os profissionais possam avaliar a ferida.

“Você precisa remover todos os tentáculos que possam ter ficado embutidos ou grudados na pele. Fazer isso com pinças e luvas é a opção mais higiênica, mas provavelmente você não terá esse material à mão, então também pode usar algo como uma camiseta ou toalha limpa. É importante não fazer isso com as mãos para não espalhar a picada.

Tal como acontece com outras picadas ou queimaduras de águas-vivas menos prejudiciais, é conveniente limpar a área da ferida. “O uso de água doce, vinagre ou outras substâncias pode fazer com que mais toxinas sejam liberadas pelos tentáculos presos à pele”, explica o socorrista. Uma das pegadinhas populares que vem à tona nessas ocasiões sugere fazer xixi na área afetada, mas é apenas isso: uma pegadinha. “Deixamos os remédios de avó para avó. Lavar com água do mar é a melhor opção para evitar infecções”, afirma. Dada a periculosidade das “caravelas portuguesas”, poderá também tomar analgésicos. Além disso, se os olhos forem afetados, lave bem com solução salina por pelo menos quinze minutos e dirija-se a um centro de saúde.

Por se tratar de uma picada, é normal sentir ardência e formigamento, mas deve-se “evitar coçar ou esfregar, pois isso pode causar pequenas feridas e permitir a entrada de bactérias na corrente sanguínea”. Para aliviar a queimadura, recomenda-se “aplicar frio”, embora se for usado gelo, “não deve ser colocado diretamente”.

Nem todas as picadas de água-viva são iguais. Mesmo assim, “é melhor cobrir a ferida com um curativo. Os raios solares são prejudiciais para as feridas”, explica Goikoetxea. Se a picada não for muito grande, pode não ser tapada mas “está mais exposta” e é mais “suscetível a infeções”.

O último passo é talvez o mais fácil, mas também um dos mais importantes. “As mãos devem ser lavadas. É possível que, ao manusear a ferida, algumas das células urticantes da água-viva tenham aderido às mãos, de modo que possam se espalhar inadvertidamente para outra parte do corpo.

Sendo esta espécie perigosa, deve saber que se os sintomas piorarem, é recomendável regressar ao centro de saúde para que os médicos avaliem se é necessário usar cremes de corticosteróides, fazer pensos na zona ou tomar anti-histamínicos.

Francisco Araújo

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