O que vai mudar no Serviço Nacional de Saúde? Trocamos a sigla “contra miúdos”
Agosto e setembro foram meses agitados com anúncios de medidas de reorganização sanitária em Portugal. Disse que o Serviço Nacional de Saúde vai mudar o significado das siglas, o que também pode confundir os mais experientes na área.
No final de agosto, o diretor executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, anunciou que a partir de janeiro de 2024 todo o país estará organizado segundo o modelo das unidades locais de saúde. Mais recentemente, por ocasião do 44.º aniversário do SNS, o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, revelou o restante do plano de reorganização do sistema público de saúde português, que visa acabar com a “atomização e dispersão das unidades de saúde”. Estas são as principais medidas do governo – com as siglas modificadas “por miúdos”:
- Expandir por todo o país como unidades de saúde locais
Foi aprovado um decreto-lei que reestrutura a organização do SNS, integrando hospitais, centros hospitalares e agrupamentos de centros de saúde (ACES) numa única entidade que assume a forma de Unidades Locais de Saúde (ULS). Não é um modelo novo – a primeira ELU foi criada no século passado, em 1999, em Matosinhos – em 2024 serão acrescentadas às existentes, 31 novas ELU, criando um total de 39, estabelecidas apenas fora deste modelo .Institutos Portugueses de Oncologia.
Mirar: Em vez da tradicional separação entre hospitais e centros de saúde, oferecer uma maior integração dos cuidados e uma gestão mais próxima e racional da prestação de cuidados, em benefício dos profissionais e dos pacientes.
- Generalização das unidades de saúde familiar modelo B
No final deste ano, as Unidades de Saúde Familiar (USF) Modelo A deixarão de existir e todas as USF Modelo A (268) passarão a ser USF Modelo B, ou seja, com remuneração associada ao desempenho de dois profissionais de saúde. Segundo Manuel Pizarro, esta medida permitirá que “entre 200 e 250 mil utentes tenham acesso a uma equipa de saúde familiar”, uma vez que estas unidades serão constituídas por equipas de médicos, enfermeiros e secretários clínicos.
Mirar: Os profissionais da USF Modelo B assumem maior responsabilidade no acesso aos cuidados de saúde e nos resultados capilares sobre a saúde da população, o que corresponde a um incentivo materializado no reforço da sua expiração.
- Equipamentos multiprofissionais e diferenciados em ambiente hospitalar
O Executivo pretende também generalizar o mesmo modelo de equipas multiprofissionais e auto-organizadas nos hospitais. “Não se dois hospitais forem designados, um ou outro, Centros de Responsabilidade Integrada (IRC), porque pretendemos não só valorizar os que já existem, mas também criar condições para que se desenvolvam em novas áreas”, afirmou. Manoel Pizarro. assumindo que este modelo de prestação de cuidados contará com a dedicação integral de dois profissionais. Existem atualmente 15 CRI em Portugal, de diversas especialidades, estando previsto em 2023 o lançamento de dois “primeiros CRI” na área da Urgência, tema central do funcionamento do SNS, na área da medicina interna. “, área fundamental do funcionamento de dois hospitais públicos, na área da saúde mental”, que tem “relevância social e comunitária”.
Mirar: Proporcionar anos de experiência ou o mais elevado nível de competência na prestação de cuidados de saúde, em situações clínicas que exijam concentração de recursos técnicos e tecnológicos, conhecimentos e experiências altamente diferenciadas, devido à baixa prevalência da doença, à complexidade do seu diagnóstico ou tratamento. e/ou anos de custos elevados do mesmo.
- Médicos não poderão optar pelo regime de dedicação total no SNS
Foi também aprovado o decreto-lei que estabelece o regime jurídico do trabalho a tempo inteiro no SNS. No entanto, este será um esquema de adesão voluntária.
Mirar: “No regime de dedicação total, os médicos criarão as condições para uma maior racionalidade na actividade dos dois hospitais, para aumentar a capacidade de resposta nas diferentes áreas, nas urgências, nas consultas, nos consultórios médicos e terão, naturalmente, um aumento da remuneração associado a este esforço adicional face ao solicitado”, saliente o Ministro da Saúde.
- Contrato com Finanças
A articulação entre as áreas da Saúde e das Finanças será possível “com base num contrato global” entre a Direção Executiva do SNS e o Ministério das Finanças. “A definição das dotações orçamentais, para contratação de recursos humanos ou investimento, assenta numa relação direta entre as Unidades Locais de Saúde (USL) e a direção executiva”, disse crecentou.
Mirar: Ao definir os recursos atribuídos com base na relação direta entre a USL e a Direção Executiva, é possível garantir que os recursos são direcionados para onde são mais necessários, com base nas necessidades específicas de cada unidade de saúde, reduzindo assim a burocracia e aumentando a responsabilização. …transparência.
- Maior autonomia de gestão
Concluída a reorganização do SNS, o próximo passo será a definição de dois estatutos da Direção Executiva do SNS, que deverão ser anunciados em breve. “A partir deste momento torna-se mais fácil registar um aumento muito significativo da autonomia de gestão do SNS como um todo e de cada ULS”, afirmou Manuel Pizarro.
Mirar: Melhorar e aumentar a atenção às pessoas e desburocratizar.
O que significam as siglas usadas em Saúde?
USF – Unidade de Saúde Familiar: Pequenas unidades operacionais, dois centros de saúde com autonomia funcional e técnica, que oferecem atendimento multidisciplinar aos municípios cadastrados, incluindo equipe familiar – médico, enfermeiro e secretário clínico. Existem dois modelos: Modelo A, com remuneração definida no setor público e possibilidade de contratos e incentivos adicionais; Modelo B, destinado a equipas mais maduras que pretendam celebrar contratos de desempenho mais rigorosos, com remuneração especial baseada em salários e remuneração por desempenho.
UCSP – Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados: São centros de saúde antigos que não evoluíram para o modelo da USF, oferecendo cuidados personalizados, mas sem autonomia funcional ou técnica.
ACES – Agrupamento de Centros de Saúde: Serviço de saúde pública com autonomia administrativa, composto por unidades funcionais, como a USF e a UCSP, que prestam cuidados de saúde primários numa determinada área geográfica.
ULS – Unidade Local de Saúde: Modelo que integra hospitais, centros hospitalares, centros de saúde e ACES numa única instituição, promovendo a gestão integrada de cuidados de saúde.
CRI – Centro de Referência Integrado: Estruturas de gestão intermédia com autonomia funcional e técnica, que prestam cuidados de saúde de elevada qualidade em situações clínicas complexas.
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