(ANSA) VALLETTA – A primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, o presidente francês, Emmanuel Macron, e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reunir-se-ão à margem da cimeira Med9 em Malta para discutir a implementação do plano de dez pontos apresentado por Von der Leyen para que a UE enfrenta o desafio da migração.
Nos últimos dias, surgiram divergências entre a Itália e a Alemanha, à medida que o governo de Roma questiona a decisão alemã de financiar ONG que resgatam migrantes no mar próximo e os desembarcam em portos italianos.
A questão também foi discutida ontem em Berlim, durante uma reunião bilateral entre o chanceler italiano, Antonio Tajani, e a ministra das Relações Exteriores da Alemanha, Annalena Baerbock, sem chegar a um acordo.
Numa entrevista que será transmitida nas próximas horas, Tajani assegura que “queremos chegar a um acordo para um novo pacto: as ONG que exibem a bandeira alemã ou de outro país, quando recuperam migrantes, devem levá-los aos seus países .”
A decisão do governo alemão de financiar ONG que realizam resgates perto da costa italiana foi criticada internamente.
“Ações unilaterais e descoordenadas, como as dos navios de ONG alemãs que transportam migrantes para os portos italianos, não aproximam mais um acordo sobre a reforma da imigração”, alertou o eurodeputado alemão Manfred Weber, chefe do grupo popular no Parlamento Europeu.
“Só podemos reduzir a imigração ilegal se trabalharmos juntos. Todos os países devem esforçar-se para trabalhar no sentido da adoção do pacto de imigração”, disse Weber nas redes sociais.
O porta-voz de política interna do grupo parlamentar Cdu/Csu, o principal partido da oposição da Alemanha, Alexander Throm, foi ainda mais duro.
“Não é possível à senhora Baerbock escolher socorristas marítimos individuais à vontade, que devem ser financiados pelo contribuinte alemão”, disse ele, sublinhando que “o resgate marítimo é um imperativo humanitário, mas a continuação da viagem para a Europa não é”. “necessariamente”.
A cimeira de Malta. O MED9 reunirá também o Presidente do Conselho Europeu, o Presidente de Chipre, Nikos Christodoulides, o Primeiro-Ministro da Croácia, Andrej Plenkovic; da Grécia, Kyriakos Mitsotakis; de Portugal, António Costa; e da Eslovénia, Robert Golob, além do secretário de Estado espanhol da União Europeia, Pascual Navarro, em representação do presidente do Governo, Pedro Sánchez, que hoje participa na sessão de posse. (ANSA).