A ONG Observatório Venezuelano de Conflitos Sociais (Ovcs) registrou 389 manifestações em agosto passado no país, o que reflete uma média de 13 manifestações por dia em território nacional.
Esta organização não governamental publicou seu estudo sobre os protestos do oitavo mês do ano na Venezuela. Salientaram que, face a julho, houve menos 43% de reclamações dos cidadãos.
“Foram registradas 277 manifestações ligadas à reivindicação de direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais (Desca), o que representa 72% do total geral”, explicam no relatório.
Salientaram que os trabalhadores públicos levaram a cabo este tipo de acção, nomeadamente pelas suas reivindicações por salários dignos, bem como pela defesa do sindicato e da liberdade de trabalho.
Os Ovcs relembraram o caso da pena de 16 anos de prisão contra seis dirigentes sindicais (Alcides Bracho, Emilio Negrín, Gabriel Blanco, Reynaldo Cortés Gutiérrez, Néstor Astudillo e Alonso Meléndez), que em 2022 participaram nas ações contra as instruções do Conselho Nacional Gabinete de Orçamento (Onapre).
Onde ocorreram mais protestos
Demonstrações, 112 deles diziam respeito a direitos políticos. Foram ações que exigiam “condições justas e transparentes durante os próximos dias eleitorais e garantias de participação de todos os atores sociais”.
Quanto à distribuição geográfica das manifestações, o estado de Anzoátegui liderou as ações com um total de 55 manifestações. Seguiu-se Bolívar com 43, além de Portuguesa e Sucre com 28 manifestações em cada região. Nesta ordem, o Distrito Capital (22), Carabobo (21), Lara (20), Zulia (14), Miranda (13) e Trujillo (10), foram as regiões do país com mais protestos sociais e políticos em o país. Agosto.
“Das 389 manifestações registadas durante o mês de agosto, 206 foram cumulativas. Nesse tipo de manifestação, os cidadãos exigem mais de um direito durante uma mesma ação”, declarou a ONG.
Mencionaram que as demandas trabalhistas representaram 4 em cada 10 ações, seguidas pelas demandas por justiça, moradia digna, salários (aposentados e professores ativos) e melhor distribuição de gasolina em 10 estados, foram algumas das demandas da população venezuelana.
“Em 154 ocasiões foram exigidos direitos trabalhistas, em média 5 por dia, o que
representa 40% do total”, sublinha a ONG.
Nestas manifestações lideraram as acções trabalhadores e sindicalistas (138), bem como professores, funcionários administrativos e trabalhadores do sector da educação (33), do sector da saúde (21) e transportadores (10).
Para gasolina e serviços públicos
No que diz respeito aos serviços públicos, ocorreram 48 manifestações pela água potável, 38 pela electricidade, oito pelo gás doméstico, 12 pelas águas residuais e 20 pelas estradas.
“Moradores de 10 estados do país protestaram para exigir abastecimento regular e sem dolarização dos preços. Os estados de Sucre, Barinas e Anzoátegui estão no topo do ranking de protestos contra a gasolina”.
As reclamações sobre gasolina concentraram-se nos Estados do Leste, com Sucre liderando com 4 delas; Também estiveram em Anzoátegui (2), Monagas (1) e Nueva Esparta (1); isto é, quase metade deles na região nordeste da Venezuela.
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