Salamanca acolhe mais de 500 hackers de 29 universidades

Salamanca acolhe a partir desta quarta-feira a quarta edição do “hack4edu”, um “hackathon” no qual participam 512 hackers de 29 universidades de nove países diferentes. Esses alunos já estão trabalhando para resolver mais de cinquenta desafios tecnológicos colocados neste evento “híbrido, internacional e social” dedicado à educação digital, que acontece esta semana até sexta-feira, 27 de outubro, na Argentina, Brasil, Colômbia, Espanha, México, Panamá, Peru, Portugal e Uruguai.

Segundo a organização num comunicado recolhido pela Ical, “#hack4edu” é “o maior hackathon educacional do espaço ibero-americano”, fruto de uma tripla aliança social, académica e comercial. Seus criadores são o ProFuturo, o programa de educação digital promovido pela Fundación Telefónica e a Fundação “la Caixa” para reduzir a lacuna educacional no mundo, a Pontifícia Universidade de Salamanca através da Faculdade de Informática, que também é a sede presencial do reunião. e a rede de cátedras da Telefónica.

Este ano, o projeto está batendo seus próprios recordes. Se as três primeiras edições reuniram, juntas, 415 hackers, 16 universidades de oito países e 115 desafios, o “hackathon” que terminará nas próximas horas reuniu, nesta única call, 512 hackers, 29 universidades, nove países e 58 desafios colocados. “É um passo que consolida o interesse do #hack4edu no âmbito ibero-americano”, disse ProFuturo.

Este encontro nasceu em 2020, meses depois de a pandemia ter confirmado a importância da tecnologia aplicada à educação. Na sua quarta edição, concentra-se mais do que nunca em soluções baseadas em IA para resolver os desafios colocados pela educação digital nos ambientes mais vulneráveis ​​do mundo. É precisamente neste contexto que os organizadores apelam a “uma reflexão” sobre uma IA que aspire a partilhar conhecimento, a partilhá-lo e a permitir oportunidades iguais de acesso a tais ferramentas inovadoras em qualquer país.

Durante a cerimónia de abertura, a vice-reitora de investigação e transferência da Upsa, Ana María Fermoso, falou sobre a realização prioritária deste encontro internacional. “O objetivo é garantir que todas as crianças tenham acesso a uma educação de qualidade, o que coincide com o propósito social da nossa universidade”, sublinhou. Da mesma forma, destacou os resultados dos participantes e das universidades envolvidas como exemplo de transferência tecnológica de protótipos propostos por jovens talentos universitários.

Por sua vez, a diretora geral da ProFuturo, Magdalena Brier, destacou a importância do “#hack4edu” pelas aplicações que pode oferecer. “Uma empresa como a Telefónica através de suas Cátedras, cujo lema é tornar o mundo mais humano conectando a vida das pessoas, uma fundação com vocação social como a ProFuturo e o mundo acadêmico se unem hoje sem outra intenção que não seja lutar contra os problemas sociais, educacionais e exclusão digital”, comentou.

Projetos e prêmios

Os participantes do “#hack4edu” concorrem a sete prêmios divididos em duas categorias: Inovador e Sênior. A Cátedra ProFuturo-UPSA Telefónica atribui três prémios de 1.000, 700 e 500 euros aos três melhores projetos da categoria Inovador e dois prémios de 1.000 euros aos dois melhores da categoria Sénior. Da mesma forma, a Pontifícia Universidade de Salamanca concede duas inscrições gratuitas para o Título Próprio de Especialista em Big Data, uma em cada categoria.

Na primeira edição, em 2020, o primeiro prémio foi atribuído ao “Move4Learn”, um projeto de gamificação dinâmica na sala de aula para aliar aprendizagem e atividade física. Também foram premiados um protótipo que visa ampliar a ferramenta de gestão de aprendizagem Moodle com um chatbot que explica e tira dúvidas e executa ações de forma inteligente, além de um aplicativo para empréstimo e troca de notas.

A inclusão foi o denominador comum da segunda edição, em 2021. Entre os projetos vencedores estão o “Words4All”, aplicativo baseado no concurso Pasapalabra que, utilizando tecnologias disruptivas como o reconhecimento de voz, atua no analfabetismo e promove a aprendizagem por meio da gamificação; e “Hear4All”, um aplicativo que traduz diferentes idiomas e dialetos para a língua de sinais em tempo real para aprimorar a experiência educacional de pessoas surdas.

Na terceira edição, em 2022, os projetos vencedores propuseram soluções para melhorar a saúde mental dos professores, reduzir a evasão escolar por meio de videogames e realidade virtual, ou mesmo ensinar robótica em áreas rurais. O grande prêmio do júri foi para o SmartChain, aplicativo com tecnologia blockchain para incentivar alunos e professores a enfrentar desafios acadêmicos, dar aulas ou participar de eventos.

Na sua quarta edição, os organizadores esperam que os participantes desenvolvam protótipos “onde a inovação seja a principal protagonista”. A inteligência artificial, “cujo impacto em todas as esferas da vida provoca uma mudança de paradigma tanto a nível educativo como profissional”, estará no centro das atenções na hora de propor e resolver os desafios do “hackathon”.

Filomena Varela

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