Enquanto os latinos partem para os Estados Unidos, os norte-americanos emigram para a Europa.

A Europa e a sua arte de viver, um continente que atrai quem o visita e quem não vive lá. Pois bem, a sua abertura económica e cultural ao mundo tornou-o muito popular para férias e para a vida.

E a Europa tem cidades que combinam modernidade e infra-estruturas coloniais que lhe conferem uma ordem urbana e até paisagística, raramente vista noutras partes do mundo.

A tudo isto devemos acrescentar os bons serviços de saúde pública, a qualidade da educação, as condições de trabalho, os serviços públicos que presta e a protecção da propriedade privada, independentemente da linha de governo no poder.

Este continente é, na sua maioria, muito tolerante com as diferenças políticas, sexuais ou religiosas que variam muito consoante os diferentes países que constituem a Europa e aqueles que fazem parte da União Europeia.

Entre as vantagens de morar em um país deste lado do mundo estão:

  • Livre circulação de pessoas, bens e capitais
  • O desenvolvimento de atividades conjuntas que não seriam possíveis isoladamente. Maiores oportunidades de treinamento.
  • Nenhuma tarifa é cancelada entre os países membros e eles possuem uma moeda única, incontestável e estável.
  • Emprego para trabalhadores da UE nos territórios nele incluídos.

Em busca de tranquilidade

As convulsões económicas no mundo e particularmente em países como os Estados Unidos onde o dólar é essencial para poder levar a vida quotidiana nesta superpotência.

Um casal do Texas, Nadine, 59, e Kim, 61, comprou uma casa em uma cidade italiana chamada Latronico depois de se cansar de conflitos políticos.

Essas pessoas encontraram moradias verdadeiramente acessíveis | que esperam aumentar aos poucos para se consolidarem no velho continente.

Na própria Itália, na região da Úmbria, está a família Tibb, originária da Carolina do Norte, que já comprou um apartamento e conseguiu abrir seu próprio restaurante para ser autossuficiente no local.

Eventualmente, o pensilvaniano Alan Andrew e o seu marido belga, Vincent Proost, compraram uma quinta em ruínas na região do Alentejo, em Portugal.

Este casal conseguiu recuperar este local das ruínas abandonadas há 50 anos e agora vive na tranquilidade que os rodeia graças ao seu amor pela natureza.

Por que eles estão saindo dos EUA?

Segundo dados das autoridades americanas, mais de 9 milhões de pessoas vivem fora deste país nortenho e, segundo os especialistas, este número está a aumentar.

Itália, Portugal, Espanha, Grécia e França. Estes são os destinos mais populares.

Só na Grécia, os pedidos de cidadãos americanos para viver, comprar uma casa ou alugar um apartamento, e até procurar emprego para aí se estabelecerem, aumentaram 40%, segundo o governo do país em questão.

Habitação inacessível nos Estados Unidos

Entre os motivos apresentados por quem sai dos Estados Unidos para morar na Europa ou em outros destinos está o alto preço dos imóveis no país.

No final de Junho passado, segundo a imprensa local, a habitação no reino capitalista custava em média cerca de 400 mil dólares, apesar da queda significativa das taxas de juro nos últimos meses.

Embora as vendas tenham desacelerado, os preços ainda subiram 14,8% em relação ao ano passado. Um recorde absoluto. Os especialistas explicam.

A tendência é aumentar

Desde 1998, os americanos têm saído do país em direção ao território europeu, numa espécie de êxodo silencioso da classe média norte-americana.

Segundo dados recolhidos num inquérito da Universidade de Kent, mais de 50% afirmam ter saído dos Estados Unidos porque a situação económica é muito exigente para eles.

E acrescentam que na Europa, mesmo que não sejam ricos, conseguiram emergir de forma bastante pacífica, sem que os impostos os “enforcassem”.

Com informações de Q’Pasa

Francisco Araújo

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