Lisboa, 2 mai (EFE).- O primeiro-ministro de Portugal, António Costa, não aceitou hoje a demissão do chefe das Infraestruturas, João Galamba, devido à polémica ligada à TAP e vai mantê-lo no seu cargo de gabinete, depois de mais uma crise governamental por parte da companhia aérea da capital paulista.
“Não aceito a demissão do ministro”, disse Costa em declarações aos jornalistas, menos de uma hora depois de Galamba ter anunciado em comunicado que tinha apresentado a sua demissão.
O pedido de demissão de Galamba surge depois de um deputado o ter acusado de ter escondido informações da comissão parlamentar responsável pela investigação da gestão da TAP, o que o ministro nega mas que gerou enorme polémica no país nos últimos dias.
“Não tenho qualquer indicação de que tenha tentado esconder” a informação, disse terça-feira Costa, que afirmou que assumirá total responsabilidade se no futuro se descobrir que a decisão de manter Galamba n não foi a mais acertada.
Este caso é um novo golpe para o Executivo socialista, que sofreu uma dezena de vítimas em pouco mais de um ano de mandato, incluindo três devido à polémica que a TAP arrasta há meses sobre o pagamento de uma indemnização ilegal a um antigo administrador. e que também levou à demissão da administração da companhia aérea.
TAP Portugal, na origem da crise entre ministros
Uma comissão parlamentar investiga a gestão da companhia aérea e revela que houve uma reunião “secreta” entre o Partido Socialista (PS), que governa por maioria absoluta, e a ex-CEO da TAP Christine Ourmières-Widener para preparar a sua aparição perante Parlamento.
A reunião foi coordenada por um deputado de Galamba que acusou o ministro de mentir à comissão parlamentar e de ocultar a existência de registos escritos da reunião.
Uma reviravolta bizarra foi acrescentada ao caso: o deputado foi demitido e depois foi ao Ministério para supostamente roubar um laptop “com uso de violência”, fato que foi denunciado pelo Executivo à Polícia Judiciária e que acabou envolvendo também os serviços de inteligência . . .
Galamba negou estas acusações e recebeu na terça-feira a confiança do primeiro-ministro, que também pediu desculpas aos portugueses e considerou que o caso “afeta a imagem do Governo”.
O caso TAP já tinha provocado a saída do anterior ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, um dos pesos pesados do executivo e sucessor de Costa no PS.
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