A Ministra da Saúde de Portugal, Marta Temido, demitiu-se subitamente face à situação catastrófica do sistema nacional de saúde, à beira da falência. Não resistiu à pressão do caos geral e a sua situação tornou-se insustentável, conforme reforçado pelas palavras dos porta-vozes do Colégio de Médicos e do Colégio de Enfermeiros comemorando a sua saída.
“Talvez eu devesse ter feito isso antes», dizem as duas associações profissionais, que há semanas exigem esta demissão. Por último, ficou demonstrado que este não era um pedido caprichoso, mas sim baseado na incapacidade de Temido em oferecer soluções.
A gota d’água foi a morte de uma mulher grávida, vítima de falta de recursos: neste caso, ela seria transferida do Hospital Santa María, o maior do país. Lisboapara San Francisco Javier, onde não chegou por falta de motoristas disponíveis.
Este é um verdadeiro reflexo do declínio do sistema nacional de saúde português, um verdadeiro buraco que assusta os cidadãos. E já se tornou norma em Portugal ir ao pronto-socorro e encontrar uma placa que diz: “Fechado, volte em 15 dias ou um mês“. Impensável em Madrid ou Málaga, mas infelizmente real em Lisboa ou no Porto, com extensão a todo o país vizinho.
Os turistas europeus no Algarve não conseguem acreditar e os portugueses estão indignados com esta situação inusitada, que persiste e parece não estar resolvida porque a falta de pessoal e a confusão invadiram todo o tipo de centros de saúde no norte, na faixa centro. , no sul.
A equipa de urgência do Hospital São Francisco Xavier, em Lisboa, resignado em bloco recentemente porque, quando foi elaborado o organograma de agosto, constatou-se que restavam apenas dois profissionais para todo o edifício. A partir daí o hospital de Braga fechou, o hospital de Setúbal fechou mais de 20 dias, incrível mas é verdade.
À morte da grávida hoje se soma outra que perdeu o bebê porque percorreu 100 quilómetros para procurar ajuda no centro de saúde mais próximo e, entretanto, começou a dar à luz. O hospital havia fechado as portas de qualquer maneira.
E que respostas propôs o ministro demissionário? Marta Temido disse: “Vamos tentar contratar”… mas o tempo passa e eles não conseguem.
O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, pouco fez para acalmar as coisas quando disse: “Tenho a certeza que os portugueses vão fazer um esforço para não adoecerem este verão”. Algumas palavras inusitadas que não agradaram aos portugueses.
Em todo o caso, são a prova da apatia deste executivo socialista, no poder desde dezembro de 2015 e hoje com maioria absoluta no Parlamento. E o perfil dos hospitais já não é caótico, mas dramático, como evidenciam vários mortes de crianças caminho até seu centro correspondente.
Os hospitais de Almada, Portalegre e Portimão permanecem mais vezes fechados do que abertos, o que é inédito no século XXI. Se uma mulher está dando à luz, a melhor coisa que ela pode fazer é orar porque encontrará as cortinas fechadas. E isso no serviço mais essencial. Cerca de vinte hospitais estão atualmente em funcionamento e a cadeia de encerramentos estende-se de hospital para hospital.
Os portugueses estão cansados de tamanho desastre no sistema nacional de saúde, que definha sem remissão. O Colégio Português de Médicos considera que seria necessário contratar, no mínimo, 600 profissionais para que uma sugestão de “normalidade” retorne.
Além disso, o Colégio de Enfermeiros alerta que o verdadeiro caos pode ainda não ter chegado, pois a situação parece muito pior nos próximos dias e semanas. As falhas só podem ser descritas como urgentes, sem terem dado origem a uma única demissão… até agora.
Já se passaram alguns anos desde colapso na sala de emergência é notório um dos mais importantes hospitais públicos de Portugal. Em desespero, o ministério quis contar com incentivos salariais para atrair mais médicos e assim expandir o quadro limitado que existia nos últimos anos.
O resultado foi um verdadeiro desastre, como hoje podemos constatar, até porque este apelo mal teve êxito.
As mortes precipitadas devem-se ao desamparo dos cidadãos. ENTÃO, um homem de 29 anos morreu de um aneurisma devido à falta de neurocirurgiões vasculares durante um fim de semana no hospital São José, na capital portuguesa.
Esta sucessão de acontecimentos não é estranha se tivermos em conta a emigração massiva de profissionais atraídos por altos salários no Reino Unido, França e Alemanha.
Além disso, a OCDE certifica que o país europeu com maior taxa de atendimento de urgência hospitalar é Portugal. O relatório anual não deixa dúvidas, já que são 70,5 entradas por 100 habitantes.
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