50 anos depois da Revolução dos Cravos e da sua democracia

Portugal 25 de abril
Imagem: NPD

De 21 a 23 de fevereiro, serão realizadas diversas jornadas acadêmicas em Maracay e Caracas para comemorar o 50º aniversário da Revolução dos Cravos. Foi uma transição pacífica de regime que ocorreu em 25 de Abril de 1974 e que marcou a história contemporânea de Portugal ao pôr fim à ditadura do Estado Novo. Além disso, restaurou a democracia, gerando um impacto que ultrapassou as fronteiras do país europeu.

Para homenagear esta importante data, serão organizados encontros académicos com a comunidade estudantil e docente das diferentes universidades. Haverá a participação do sociólogo e historiador português António Costa PintoProfessor de Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Ele foi convidado à Venezuela especialmente para a ocasião.

Esse É a primeira vez que uma agenda para a memória da história é elaborada no país e o impacto da revolução dos cravos. A iniciativa nasceu Embaixada de Portugal em Caracas, Camões, e o Instituto de Cooperação e Língua. Também da Coordenação de Ensino de Português da Venezuela, do Centro de Língua Portuguesa de Caracas e do Centro de Língua Portuguesa de Maracay.

Portugal e a conquista da liberdade

Até à revolta militar de 1974, Portugal vivia sob um regime ultraconservador que perseguia os seus cidadãos através da censura e de todo o tipo de repressão. Durante a ditadura, o país europeu travou uma guerra colonial que lhe custou perdas humanas e materiais. Encontra-se assim isolado da cena internacional.

“A queda deste regime autoritário deu lugar a um Portugal moderno que se alinhou com as democracias europeias. As mudanças foram imensas, não só no sistema político e económico, mas também na forma de viver e agir na sociedade portuguesa. “Foram mudanças que nasceram da conquista da liberdade e da recuperação dos direitos que a ditadura usurpou”, lembrou João Pedro Fins do Lago, embaixador de Portugal na Venezuela.

Ele coordenador do ensino de língua portuguesa na Venezuela, Rainer Sousa, sustenta que “conhecer melhor a história e refletir sobre o passado permite-nos capitalizar as conquistas da mobilização da sociedade para a construção de um país melhor; “um mundo melhor, mais justo, mais livre e mais democrático para todos”.

É por esta razão, insiste Rainer Sousa, que estes encontros dedicados à reflexão foram organizados em universidades venezuelanas com o professor António Costa Pinto, autoridade académica ideal para partilhar diferentes perspectivas sobre o passado recente de Portugal.

Passeio acadêmico

O convidado internacional iniciará sua turnê na quarta-feira, 21 de fevereiro, às 14h. Começará com um encontro com professores de Aragua e estudantes de Universidade Experimental Pedagógica Libertador (UPEL) de Maracay.

Na quinta-feira, dia 22 de fevereiro, pelas 10h00, o professor encontrará estudantes portugueses da Universidade Central da Venezuela (UCV) e professores da capital, na Biblioteca Central. Posteriormente, às 17h, ele ministrará uma palestra para graduados e estudantes do Estudos Políticos pela Universidade Católica Andrés Bello (UCAB). Será realizado no Centro de Estudos Políticos e Governamentais, em Chacao, Caracas.

Rainer Sousa sublinhou que não só a comunidade universitária, mas também o público em geral poderá partilhar com António Costa Pinto. O encontro acontecerá na sexta-feira, 23 de fevereiro, às 10h30, no Auditório do Instituto de Bem-Estar Docente (IPP) da UCV. ENTRADA GRATUITA.

Professor visitante

António Costa Pinto é doutorado pelo Instituto Universitário Europeu de Florença. Foi professor visitante e visitante em universidades dos Estados Unidos e da Europa. Ele contribui regularmente para os principais meios de comunicação globais sobre temas relacionados à história e à política moderna. Os seus estudos centraram-se, entre outras coisas, no fascismo, no salazarismo, na democratização E a União Europeia.

Publicou e coeditou livros como Salazarismo e fascismo europeu: problemas de interpretação nas ciências sociais (1992); Os Camisas Azuis: ideologia, elites e movimentos fascistas em Portugal, 1914-1945 (1994) e O fim do império português. A cena internacional, a guerra colonial e a descolonização, 1961-1975 (2001).

Outros títulos incluem Elites governantes e tomada de decisões em ditaduras da era fascista (2009); Repensando a natureza do fascismo (2011); A sombra das ditaduras, o Sul da Europa em comparação (2013); Autoritarismo e corporativismo na Europa e na América Latina (2019).

O jornalismo independente precisa do apoio dos seus leitores para continuar e garantir que as notícias desconfortáveis ​​que eles não querem que você leia permaneçam ao seu alcance. Hoje, com o seu apoio, continuaremos a trabalhar arduamente por um jornalismo livre de censura!

Filipa Câmara

"Estudante. Fanático apaixonado por álcool. Praticante de TV. Desbravador do Twitter. Solucionador de problemas."

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *