Superpopulação de javalis em Portugal

“Temos agora a confirmação de que temos um número anormalmente elevado de javalis em territórios rurais e periurbanos e devemos aumentar o esforço de extracção”, afirmou o secretário de Estado da Conservação da Natureza e Florestas.

João Paulo Catarino indicou que o governo “vai propor o prolongamento dos períodos de caça ao javali”, com o objectivo de “reduzir consideravelmente o seu número”.

“Para já, estamos até a considerar aumentar os períodos de caça ao javali quase ao longo do ano”, acrescentou.

o vice-presidente do ICNFPaulo Salsa, sublinhou que com os resultados deste estudo sobre a espécie em Portugal, as autoridades nacionais podem “tomar melhores decisões”.

“A população de javalis está estimada entre 300 mil e 400 mil indivíduos, tem uma taxa de crescimento muito elevada e há abundância de alimentos disponíveis. Devemos, portanto, reduzir esta população em 10 a 20% nos próximos cinco a dez anos. “, disse.

Depois de sublinhar que os agricultores e as organizações do sector da caça também devem participar no esforço de redução da população de javalis, o responsável indicou que algumas medidas para atingir este objectivo “já estão a ser tomadas”.

O Plano Estratégico e de Ação Javali foi elaborado por Rita Torres e João Carvalho, do Centro de Estudos Ambientais e Marinhos.(CESAM) do Universidade de Aveiroe Carlos Fonseca, da Laboratório Colaborativo ForestWISEda mesma academia.

“Os números mostram uma sobrepopulação de javalis”, enfatizou Carlos Fonseca, sublinhando que a densidade populacional desta espécie é maior nas regiões do Alentejo, Beira Interior e Trás-os-Montes.

Salientando que este estudo “não tem precedentes em Portugal”, o investigador sublinhou que o país está hoje entre os que têm mais informação sobre esta espécie e são capazes de tomar as melhores decisões.

“Não podemos esquecer que a ameaça da peste suína africana está latente a nível europeu. Atualmente já existe no norte de Itália e, embora possa parecer distante, precisamos de informações que nos permitam agir de forma racional e coerente”.

Marciano Brandão

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