Albares e Robles mostram a harmonia existente com os seus homólogos portugueses, particularmente no que diz respeito a África
Espanha e Portugal apelaram à “moderação” em Moçambique e à “renúncia a todas as formas de violência” enquanto aguardam pela divulgação dos resultados das eleições presidenciais de 09 de outubro no país para eleger o sucessor de Filipe Nyusi.
Fê-lo-ão na declaração conjunta assinada no final do encontro entre o Ministro dos Negócios Estrangeiros, José Manuel Albares, e a Ministra da Defesa, Margarita Robles, com os seus homólogos portugueses, Paulo Rangel e Nuno Melo, no desfecho da encontro no formato 2. +2 organizado esta segunda-feira em Madrid.
Os dois países “apelam à moderação e à renúncia a todas as formas de violência, considerando que é fundamental que os cidadãos possam aguardar com calma e total segurança pelo anúncio oficial dos resultados das últimas eleições no país”, indica o comunicado de imprensa. comum.
A Comissão Nacional Eleitoral tem até 24 de outubro para publicar os resultados finais. As sondagens mostram o candidato da Frelimo, Daniel Chapo, como um possível vencedor, mas Mondlane e os seus apoiantes estão convencidos de que o adversário ganhou as eleições.
Da mesma forma, “Portugal e Espanha lamentam os assassinatos ocorridos no passado fim de semana no contexto pós-eleitoral em Maputo”, em referência ao assassinato de Elvino Dias, advogado do candidato presidencial da oposição, Venâncio Mondlane, ao mesmo tempo que espera que “a justiça moçambicana aja”. de forma rápida e eficaz.”
Por outro lado, os dois países também concordaram “na relevância de manter o apoio europeu, inserido no quadro do Fundo Europeu de Apoio à Paz, ao processo de estabilização de Cabo Delgado”, região do norte do país onde se encontra um opera uma subsidiária do Estado Islâmico, “em resposta aos pedidos apresentados pelo governo de Moçambique”.
ATENÇÃO E INTERESSES PARTILHADOS EM ÁFRICA
A declaração de 34 pontos destaca a grande harmonia entre Espanha e Portugal em matéria de política externa, segurança e defesa, começando pelo conflito na Ucrânia e passando pelo Médio Oriente, mas sobretudo o interesse comum e a orientação para o continente africano.
“Espanha e Portugal reconhecem a grande sincronicidade que existe em relação aos seus interesses e aos desafios estratégicos de segurança e defesa do lado africano, particularmente em regiões como o Sahel, o Golfo da Guiné, Cabo Delgado e a República Centro-Africana”, afirmam. disse. sublinhar no texto.
“Ambos os países pretendem uma abordagem renovada e holística da União Europeia em relação a África, que aprofunde a cooperação existente em termos de desenvolvimento económico e social, mas também de segurança e defesa, tanto a nível bilateral como multilateral, na “adaptação às necessidades da nossa população africana”. parceiros, inclusive no âmbito do Fundo Europeu de Apoio à Paz”, acrescentam.
Assim, os ministros manifestaram a sua “satisfação” com a proposta de nomeação de João Gomes Cravinho, diplomata e antigo ministro dos Negócios Estrangeiros e da Defesa de Portugal, para o cargo de representante especial da UE para o Sahel.
Sublinham também “a importância de continuar o apoio da UE à Mauritânia e ao Chade, bem como a necessidade de manter canais de comunicação abertos com o Mali, o Níger e o Burkina Faso de todas as formas apropriadas”, dado que estes três países são governados por um golpe de Estado. estado. junta militar.
Relativamente ao Golfo da Guiné, sublinham que “tornou-se mais importante devido ao aumento do tráfego marítimo, derivado da crise no Mar Vermelho” devido aos ataques dos Houthis iemenitas, e “concordam na necessidade de preservar a navegação marítima”. segurança marítima, mantendo durante anos o seu apoio à Arquitectura de Yaoundé para a Segurança Marítima”. Defendem também “a importância de promover uma colaboração mais estreita entre a UE e esta região”.
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