As autoridades portuguesas detiveram este ano 119 pessoas por suspeita de terem causado um incêndio florestal, revelou este domingo o ministro português da Administração do Interior, José Luís Carneiro.

“Tivemos 119 detidos, tanto pela Guarda Nacional Republicana como pela polícia judiciária”, disse o ministro, segundo a agência Lusa.

Carneiro explicou que o trabalho de fiscalização intensificou-se em colaboração com a polícia, o exército e mais equipamentos técnicos, o que permitiu em 2022 “uma taxa de detenções bem acima do dobro da taxa de detenções dos anos anteriores”.

Portugal continental sofre há mais de um mês uma onda de incêndios que não tem dado trégua às autoridades, o que agrava os efeitos do mau tempo.

O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) informou esta sexta-feira que todo o território continental de Portugal se encontra em situação de seca extrema ou severa, após um mês de julho “muito seco” e com as temperaturas mais elevadas em 92 anos.

Este domingo, a Proteção Civil portuguesa notificou mais de 30 incêndios rurais, que mobilizaram cerca de 2.000 militares.

Este sábado, as autoridades declararam “sob controlo” um incêndio que afetou o parque natural da Serra da Estrela (no centro do país) que, segundo dados provisórios, queimou 14.757 hectares desde o seu arranque a 6 de agosto, um dos maiores incêndios nos últimos cinco anos.

Segundo Carneiro, apenas 10% dos incêndios registados em Portugal necessitam de mais de uma hora e meia para serem controlados.

O mais recente relatório do Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) mostra que este ano, até 31 de julho, os incêndios queimaram 58.354 hectares de massa florestal.

A área queimada é 59% superior à média anual dos dez anos anteriores. ECE

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