Golpe de Espanha | Esportes

Dois meses após a Copa do Mundo no Catar, a Espanha sofreu um flagelo inesperado. A Suíça, que estava no fundo do grupo na Liga das Nações, deixou-o de tanga em Saragoça, onde os vermelhos não tinham ditado, ainda a reboque do ordeiro e firme rival suíço. A partir de agora, a equipa de Luis Enrique terá de bater Portugal em casa na próxima terça-feira para chegar à fase final deste campeonato. Para Cristiano e os seus colegas, que venceram a República Checa (0-4), basta um empate.

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Unai Simón, Azpilicueta (Carlos Soler, min. 86), Pau Torres, Eric Garcia, Alba, Pedri (Marcos Llorente, min. 69), Busquets, Gavi, Marco Asensio (Borja Iglesias, min. 62), Ferrán Torres (Yeremy Pino, min. 62) e Sarabia (Nico Williams, min. 62)

deles

suíço

Sommer, Widmer, Elvedi, Manuel Akanji, Ricardo Rodríguez (Renato Steffen, min. 45), Xhaka, Ruben Vargas (Michel Aebischer, min. 78), Djibril Sow (Zakaria, min. 67), Shaqiri (Dan Ndoye, min. 67), Freuler e Embolo (Seferovic, min. 86)

Metas 0-1 min. 20: Manuel Akanji. 1-1 minutos. 54: Amanhecer. 1-2 minutos 57: Mergulhador.

Cartões amarelos Manuel Akanji (min. 43) e Jonas Omlin (min. 81)

Mau negócio para a Espanha, sem fluidez em La Romareda, sem sinais de distinção. Rasa no ataque, sem geometria no meio e sem recuar em dois cantos suíços que a condenaram. O Vermelho não tinha tudo. Não foi possível encontrar o tópico.

Ninguém saiu bem do teste de Zaragoza, nem mesmo os jogadores Nico Williams e Borja Iglesias conseguiram aliviar um plantel muito espesso. Uma equipe que não ia pelos lados apesar de se enredar em dois extremos e que nunca havia tempero, sem um carneiro —Asensio improvisou— nem com ele —Borja Iglesias—.

Uma partida que surgiu do nada, apesar da atitude irrepreensível dos jogadores espanhóis, que não deixaram nada no tanque contra Luis Enrique. Mas em termos de futebol, a Espanha não era nada, com o Catar já no horizonte.

A Suíça, um time ignorante, mas capaz, estragou a pintura desossada de Luis Enrique. Quando cedeu na frente – até o gol de Akanji – fez o claustro encarnado, sem bola, sem faísca, sem graça. Após a abertura do zagueiro do Manchester City, um cabeceamento com uvas podres que mordeu a grama antes de superar Unai Simón, a equipe suíça recuou com o mesmo sucesso: a Espanha não disse uma palavra.

Luis Enrique queria que La Roja ocorresse sem um carneiro natural, com Asensio como atacante ortopédico e Ferran e Sarabia nos flancos. Resultados ruins. A seleção não teve overflow ou lance. Branco puro. Nem impulso dos lados, com Alba errático desde o início e melhorou com seu bom gol e Azpilicueta contido. Nem as luzes do gabinete azulgrana —Busquets, Gavi, Pedri— do meio-campo, sufocado pela Suíça e sem nomeação dos atacantes locais, tão desempregados, tão rígidos. Ferran não está lá, nem no Barça nem na La Roja, e Asensio e Sarabia, respectivamente, mal têm um carretel no Real Madrid e no PSG. Na Espanha, os três pareciam estrangeiros.

A Suíça chegou a La Romareda no caminhão varredor do grupo, com permanência em jogo na elite desta Liga das Nações, o que não é trivial para a equipe de Yakin, que comemorou a vitória como se tivesse atuado no Catar. No momento, o vagão é para a República Tcheca.

Apesar do papel de abertura, a Suíça é uma equipe com jogadores muito experientes, casos de Sommer, Xhaka, Shaqiri, Ricardo Rodríguez, caras com muitas vidas no futebol. Agora eles estão adicionando jovens interessantes como Akanji, um zagueiro que é orientado por Pep Guardiola. Ele foi firme na trincheira e terminal em Unai, com gol e o toque de 1 a 2 de Embolo. Dois jogos que retrataram mal os encarnados, pouco aplicados nos dois cantos.

A Espanha só encontrou a cura na única migalha de um de seus atacantes. Asensio levou a corrente para alguns rivais e percebeu a finalização como um chute de Jordi Alba. Por um momento, este Jordi Alba a quem Messi deu tanta vida. A equipe do Barcelona acertou em cheio na rede de Sommer. A Suíça não vacilou, perseguindo o segundo gol em um piscar de olhos. Embolo, mal contrariado pela defesa espanhola, fechou o jogo na ponta do dedo de Unai Simón.

Luis Enrique interveio rapidamente, que de repente renovou toda a vantagem. Dois estreantes no comando, Nico Williams e Borja Iglesias, além de Yeremi Pino. Não importa, ninguém abriu o caminho para Sommer, preocupado acima de tudo com o fogo amigo de Steffen, que quase o deixou a ferro por uma transferência imprudente. Soler, no último minuto, também colocou à prova o veterano goleiro suíço.

Com um atacante atrás do outro, faltava tudo à Espanha, futebol articulado e marreta nas zonas, cadete em Unai e sem rastros em Sommer, aquele grande amigo de Roger Federer. Sem uma solução, a Espanha terá que rever. Portugal, na próxima terça-feira em Braga, vai exigir o coalho que não teve frente à Suíça. E para o Catar, faltam dois meses. Luis Enrique, depois de proclamar a melhor semana de treinos da carreira, tem um corte. Sobretudo mentalmente porque depois do encontro português no próximo encontro com os jogadores, vão todos para o Qatar. Em Saragoça, suspense geral. E já sabemos que o seletor tem o bloco escolhido. Em outras palavras, não haverá grandes variações. De qualquer forma, será uma questão de empurrar um grupo majoritário daqueles que escorregaram contra a Suíça. Mas o futebol é um vai e vem e nada melhor para a derrotada La Romareda da Espanha do que um encontro imediato com o poderoso Portugal.

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Cristiano Cunha

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