Forças Armadas portuguesas manifestam preocupação com dados recolhidos por aeronaves da Frontex

MADRI, 13 de novembro (EUROPA PRESS) –

As forças armadas portuguesas manifestaram a sua preocupação depois de um avião da Frontex, que pertence à empresa britânica DEA, ter sobrevoado novamente a ilha dos Açores para “garantir a vigilância da fronteira externa da União Europeia”, compilando uma grande quantidade de dados que podem ser usados ​​no futuro por qualquer empresa ou expresso estrangeira.

O jornal português ‘Diário de Noticias’ recolheu a opinião de vários oficiais da Guarda Nacional que se dizem indignados por não ter sido solicitada a colaboração da Força Aérea Portuguesa (FAP) ou da Marinha para realizar esta operação, que o general Luís Araújo interpreta-o como “um ataque à soberania”.

Fontes militares disseram que o avião voa em média quatro ou seis horas por dia e de acordo com o pedido da Guarda Nacional, operaria por um mês, entre outubro e novembro. No entanto, a FAP não recebeu qualquer pedido neste sentido, embora seja uma das funções que lhe são atribuídas por lei.

A preocupação decorre da tecnologia avançada com que esta aeronave está equipada, como radares, equipamentos eletro-ópticos, sensores, comunicações por satélite, com referências geográficas que permitem toda a zona costeira e marítima dos Açores. Além disso, pode coletar uma grande quantidade de dados “para dar suporte a uma variedade de atividades”, dependendo das especificações da aeronave.

Na mesma linha, outros comandantes das FAP disseram ao ‘Diario de Noticias’ que a Frontex presta serviços a Estados que não dispõem de meios para realizar o trabalho de protecção e fiscalização das suas fronteiras, o que, dizem, não é o caso de Portugal.

Em particular, os funcionários consultados manifestaram a sua preocupação de que nenhum funcionário português faça parte da equipa de vigilância e possa controlar o que é feito com esses dados, pois, como salientam, quando este controlo é realizado a nível nacional, não há risco de que outros corpos militares estrangeiros sejam criados com esses dados, como pode acontecer quando operam dessa maneira.

Filomena Varela

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