A época do Natal se aproxima e os consumidores começam a fazer seus cálculos orçamentários em uma época de alta inflação. Os preços estão subindo vertiginosamente, especialmente no setor de alimentos. Aumento generalizado de preços não mudará hábitos da grande maioria dos consumidores, diz estudo “Decifrando as perspectivas de Natal dos europeus” publicado nesta terça-feira pela consultoria NielsenIQ.
59% dos entrevistados manterão seu orçamento para alimentação e bebidas dentro e fora de casa. E você também gastará o mesmo com presentes e viagens. Em contraste, 23% gostariam de gastar menos dinheiro nas festas este ano e apenas 17% dos compradores planejam aumentar seu orçamento para as festas de fim de ano.
“A maioria não quer abrir mão das tradições habituais e presentear a si e a seus entes queridos com presentes e boa comida e bebida. Por isso, o consumidor está consciente da importância de rentabilizar o seu orçamento, por exemplo, comprando antecipadamente e aproveitando as ofertas”, explica. Silvia Villaverde, gerente de Consumer Insights para Espanha e Portugal.
Ainda que na área alimentar, não aumentar o orçamento significará poder comprar menos produtos. De acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), a alimentação e as bebidas não alcoólicas ficaram mais caras em outubro 15,4% face ao mesmo mês de 2021, o que representa um recorde desde 1994.
Por categorias, doces (turrones, polvorones, maçapão) lideram as compras de Natal em alimentação. Seguem-se queijos, produtos frescos, pão ou azeite. Sem surpresa, entre os alimentos que mais aumentaram no ano passado, o açúcar (+42,8%), legumes e verduras frescas (+25,7%), ovos (+25,5%), leite (+25%), óleos e gorduras ( +23,9%) e cereais (+22,1%).
Entre os drinks, cervejas, leites, refrigerantes, vinhos e champanhes enchem a cesta. E a odor são os protagonistas da categoria higiene e beleza.
Mas, apesar da situação, muitos consumidores não pretendem abrir mão de comprar produtos típicos para o almoço e jantar de Natal. 43% dos inquiridos vão comprar marisco e entre os que pretendem comprar peixe fresco, 37% vão comprar de qualidade melhor. 35% optarão por enchidos selecionados e 32% optarão por queijos e patês premium.
Sobre a bebidas categoria superior que têm maior expectativa de compra entre os espanhóis, chegou é claramente o vencedor. Entre os que dizem que pretendem comprar, 44% afirmam que vão colocar na mesa, seguidos de bebidas de alto padrão (32%), champanhe (31%), cavas e espumantes (29%).
Ativar alertas de Black Friday
Além da alimentação, o período de dificuldades econômicas favorece períodos de ofertas e promoções. Nesse sentido, quatro em cada dez entrevistados se beneficiarão de períodos como sexta-feira preta ou o segunda-feira cibernética para pré-comprar presentes e descontos. Moda (56%), fragrâncias (50%), brinquedos (35%), tecnologia e eletrônicos (32%) e maquiagem (27%) são as categorias mais populares entre os clientes.
Por outro lado, a última pesquisa realizada pelo comparador de preços idealo.es revela que 41% não acreditam que vão comprar nada nessas datas. 54% dizem que já têm tudo o que precisam e um em cada quatro dizem que querem limitar o seu consumo.
“A Black Friday deste ano será claramente marcada pela inflação e pela antecipação da poupança que as famílias terão nos próximos meses. Se a ameaça da recessão iminente afundar nas residências, o mais provável é que o consumo nessas datas sofra, como aponta esta pesquisa”, aponta Kike Aganzo, chefe de comunicação do portal.
Para evitar surpresas com promoções, eles recomendam “ativar alertas de preços e monitorar as oscilações de preços ao longo dos dias para comprar o item no momento certo”.
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