Uma imagem, uma fotografia, tornou-se protagonista política esta quarta-feira. Lá dentro, cinco pessoas. Todos os homens, todos os líderes internacionais. Olaf Scholz (Alemanha), Emmanuel Macron (França), Joe Biden (EUA), Rishi Sunak (Reino Unido) e o Presidente do Governo espanhol, Pedro Sánchez. Todos eles também, com rostos sérios, preocupados. A cena se passa em Bali, como parte da cúpula do G-20. É madrugada lá e a Polônia acaba de anunciar que alguns mísseis caiu em seu território matando duas pessoas. A possibilidade de virem da Rússia provoca um encontro urgente.
A reunião aconteceu no hotel Grand Hyatt em Bali. Biden, o chanceler alemão Olaf Scholz compareceu; os primeiros-ministros do Canadá, Reino Unido, Itália e Japão, Justin Trudeau, Rishi Sunak, Giorgia Meloni e Kishida Fumio, respectivamente; e o presidente francês Emmanuel Macron; Países membros do G7. Além disso, os líderes da Espanha e da Holanda, Sánchez e Mark Rutte, países da OTAN, participam como convidados deste fórum, bem como a presidente da Comissão Européia (CE), Ursula von der Leyen, e a presidente da União Européia Conselho, Charles Michael.
Primeiro vem a reunião “oficial”, onde os fotógrafos imortalizam formalmente o conclave. Então o típico reuniões mais informais. Surge então a imagem que norteia este texto e que não passou despercebida. É distribuído na primeira hora da manhã, hora espanhola, pela Moncloa em seu pacote de imagens do conjunto cume. O autor é seu fotógrafo oficial, Borja Puig de la Bellacasa. O próprio Sánchez havia postado a imagem algumas horas antes em sua conta no Twitter.
Reunião em Bali, durante a cimeira do G20, com os nossos parceiros europeus e aliados da NATO para analisar o que aconteceu na Polónia e na Ucrânia.
Todos unidos para que a paz volte. pic.twitter.com/V6hWwxMGJP
— Pedro Sanchez (@sanchezcastejon) 16 de novembro de 2022
Nenhum precedente é retido para uma imagem que eles descrevem como “não publicada” em Moncloa. Eles argumentam que não é uma foto de família, não é uma foto oficial, não é preparada ou orquestrada. Isso é para dizer surge espontaneamente e reflete a dinâmica de trabalho ao mais alto nível. Mas consolida o que vem acontecendo ultimamente. Isso é para dizer, a “liderança” e o perfil internacional que Sánchez alcança já que ele está no comando do executivo.
Os mais próximos do presidente, os que o conhecem bem, ainda insistem em que ele traga um diplomata para dentro, a que se soma a sua condição de economista. E isso não diferencia entre o que supõe a política nacional e a internacional. Tudo está interligado para Sánchez. Nesse sentido, recuperou um conceito: multilateralismo. “O fato de ser o primeiro-ministro nesta foto mostra o peso que nosso país recuperou com seu compromisso com o multilateralismo”, dizem fontes executivas.
O Governo sublinha que o que a imagem, que se tem tornado viral nas redes sociais e que tem gerado inúmeros comentários, transmite é que a voz do presidente, que é convidado a integrar este grupo, “é uma voz que se faz ouvir e em qual o decisão e durante a análise”. Sánchez também falou bilateralmente, como já havia feito em Madri, em junho, por ocasião da cúpula da OTAN, com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.
Os críticos da direita são desmantelados
o PP, ambos com Pablo Casado e com Alberto Núñez Feijóo, tentou esgotar e boicotar O papel estrangeiro de Sánchez. Tudo isto apesar dos acordos vitoriosos que o presidente celebrou internacionalmente com fundos europeus, a exceção ibérica, o imposto sobre as empresas energéticas ou o pacto com a França e Portugal para o “corredor verde”.
Diante de “histórias de deslegitimação”, apontam na Moncloa, o que esta foto transmite é que “o presidente está ali como presidente do governo espanhol, portanto estamos ouvindo a Espanha“. Os mais próximos de Sánchez insistem nisso: ‘é aqui que deveria estar e onde a Espanha sempre deveria estar'”.
Há quem nas redes sociais e nas fileiras socialistas se lembre de uma imagem do antecessor de Sánchez, Mariano Rajoy. Vemos o ex-presidente, que não falava os idiomas fluentemente, virando as costas para muitos líderes europeus em Bruxelas. Sozinho. Há também quem se lembre de outra foto famosa, a dos Açores, com José María Aznar, George Bush e Tony Blair a apoiar a guerra no Iraque. Nessa época, um presidente espanhol se desvinculou de organismos internacionais. Ambas as fotos contrastam fortemente com a imagem desta quarta-feira.
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