ONU pede a promoção de formato de “leitura fácil” para pessoas com deficiência de informação e textos legais

MADRI, 20 dez. (IMPRENSA EUROPA) –

A Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou uma resolução convocando os países membros a promover e incorporar o formato de “leitura fácil” para pessoas com deficiência em seus textos informativos ou jurídicos.

É uma iniciativa que se concretizou durante a reunião realizada na semana passada, no quadro do 77.º período de sessões deste órgão.

Segundo o texto aprovado na ONU, ainda existem obstáculos no domínio dos sistemas de informação, tecnologia e comunicação, que “podem impedir a plena e efetiva participação das pessoas com deficiência na sociedade” e, nesse sentido, sublinha “a urgência de reduzir a exclusão digital e garantir que os benefícios das tecnologias de informação e comunicação sejam acessíveis a todos”.

A resolução também lembra que esta medida reafirma o conteúdo de sua própria Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, ao ponto de que os Estados são obrigados a envidar esforços para “eliminar os obstáculos e barreiras à acessibilidade” dessas pessoas.

APOIADO POR VÁRIOS PAÍSES

O representante do Brasil na Assembleia foi o responsável pela defesa dessa iniciativa, que também foi promovida por Argentina, República Dominicana, Egito, El Salvador, Filipinas, Grécia, Guatemala, Mongólia e Portugal.

O brasileiro explicou que seu país já promoveu uma versão de fácil compreensão desta resolução em português e incentivou os demais países presentes a fazer o mesmo e tornar a vida independente para pessoas com deficiência intelectual “uma realidade” em “quantos idiomas possíveis”.

Durante a mesma sessão, foi também decidida a realização de uma reunião, fora da presente sessão, da Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, com o objetivo de “identificar e discutir boas práticas” nesta “leitura fácil” para permitir “ pessoas com deficiência vivam de forma independente e participem significativamente de todos os aspectos da vida”.

INCLUSÃO COMPLETA FAMOSO EL PASO

Da Inclusão Plena, confederação que reúne 950 associações que defendem os direitos de 150 mil pessoas com deficiência intelectual, celebrou a aprovação desta resolução que, na sua opinião, representa “um reforço às reivindicações que nos últimos anos têm feito” o associativismo movimento da deficiência, principalmente Inclusão Plena e o Comitê Espanhol de Representantes das Pessoas com Deficiência (CERMI).

A presidente da entidade, Carmen Laucirica, explicou que, desde há muito, se reclama “a necessidade de legislar, desenvolver e aplicar medidas eficazes de acessibilidade cognitiva que garantam a compreensão da informação, reduzam o fosso digital e proporcionem maiores oportunidades para que as pessoas com deficiência intelectual e de desenvolvimento participem da vida política e pública” na Espanha.

A resolução da ONU destaca os avanços da Espanha nessa área, com a reforma da Lei Geral dos Direitos das Pessoas com Deficiência, que pela primeira vez reconheceu a acessibilidade cognitiva ou a criação do Centro Espanhol de Acessibilidade Cognitiva (CEACOG) que depende da Conselho Real para Deficientes.

No entanto, a Inclusão Plena lembra que essas medidas “ainda não tiveram um desenvolvimento significativo para garantir a plena participação das pessoas com deficiência intelectual, autismo e paralisia cerebral na vida política e pública”.

Alex Gouveia

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