Durante a sessão da Justiça, que decorreu hoje, foi discutida a cooperação judiciária e o combate ao crime organizado. Llop disse que a criação de um instrumento europeu sobre a transferência de processos criminais seria “extremamente útil, especialmente no contexto do crime organizado”. Este instrumento “preencheria um vazio atual” no domínio da cooperação europeia, acrescentou o ministro.
A nível mais técnico, “deveria definir claramente o seu conteúdo, o procedimento específico, prever a obrigatoriedade de consultas, por exemplo, entre as diferentes autoridades judiciárias, introduzir a obrigação de encarregar-se do processo quando existam fundamentos de transmissão avaliados, salvo há motivos de rejeição, que logicamente devem ser avaliados”, explicou Llop.
O chefe da magistratura espanhola sublinhou o papel da Eurojust no apoio e reforço da coordenação das investigações e processos judiciais das autoridades nacionais em matéria de criminalidade transfronteiriça grave: “Funciona muito e muito bem”. Llop, no entanto, insistiu na necessidade deste órgão ter recursos. “Apoiamos fornecer-lhes esses recursos e, acima de tudo, alavancar talento, tecnologia e digitalização”, disse o ministro da Justiça.
“É muito importante esclarecer que não podemos abrir mão da digitalização, da tecnologia, porque senão estaríamos abrindo mão do nosso futuro no campo da cooperação judiciária, e ainda mais nesse tipo de crime hediondo”, concluiu Llop.
Em nome do Ministério da Justiça espanhol, a Diretora Geral de Cooperação Jurídica Internacional e Direitos Humanos, Elsa García-Maltrás, também participou do Conselho JAI.
Foto de família dos ministros informais do Conselho de Justiça e Assuntos Internos (JAI) da União Europeia.
Outras reuniões
O Ministro da Justiça manteve ainda um encontro em Estocolmo com o Comissário Europeu para a Justiça, Didier Reynders, que contou ainda com a presença do Presidente da Comissão de Liberdades Cívicas, Justiça e Assuntos Internos (LIBE) do Parlamento Europeu, Juan Fernando López Aguilar , e no qual falaram sobre a renovação do Conselho Geral da Magistratura (CGPJ) e a próxima Presidência Europeia da Espanha.
Da mesma forma, Llop teve uma reunião trilateral com os ministros da Justiça da Bélgica, Vincent Van Quickenborne, e da Hungria, Judit Varga, países que compõem o trio de presidências do Conselho da UE, que a Espanha inicia no segundo semestre de 2023.
Por último, a Ministra da Justiça espanhola reuniu-se com a sua homóloga portuguesa, Catarina Sarmento e Castro, e com o Vice-Ministro grego para a Cooperação Internacional e Direitos Humanos, Giorgos Kotsiras.
“Desbravador do bacon. Geek da cultura pop. Ninja do álcool em geral. Defensor certificado da web.”