Em Lisboa, tal como aconteceu em dezembro de 2020, O Corteva Cocos conquistou este domingo a sua segunda Taça Ibérica. E novamente frente ao mesmo rival, o Sporting de Portugal, vice-campeão português que vinha sitiando desde o início da oval nesta final de um jogo, impondo a sua compleição física, avassalador na frente e poderoso em todas as frentes. O grande sinal de distinção, sem dúvida, da equipa mecanizada liderada pela dupla Sobrino-Romero e lidera a Liga Iberdrola com 42 pontos, dez à frente do seu rival imediato, após levar o saco nove das dez jornadas disputadas. Em velocidade de cruzeiro volta a apontar para o mais alto e hoje, em solo português, demonstrou essa condição.
Equipamento compacto, sólido e de peça única, os Corteva Cocos governaram com mão de ferro em toda a primeira parte do rugby lisboeta e se ao intervalo não tirou um golo muito maior, porque tinha méritos suficientes para isso, foi devido a algumas infrações, erros de entrega e, claro, acima tudo por causa da defesa Numantina de Lisboa trancados em sua linha de vinte e dois apertado e apertado em praticamente todo o primeiro tempo. Sem outro plano senão resistir ao empurrão dos visitantes e esperar a virada da maré no segundo tempo.
Depois de muitas fases ofensivas, Corteva Cocos sempre a aproximar-se da linha de golo do Sporting, foi a neozelandesa Merania Paraone quem colocou definitivamente a oval para assinar, aos 13 minutos, o primeiro teste da equipa de Sevilha, selada pela chilena Carolina. Chía’ Alfaro com a conversão correspondente (0-7). A partir daí, nada mudou. O roteiro foi mantido, inalterado. Os Cocos atacaram, incansáveis, e os portugueses refugiaram-se, reflutuando na água, sobrevivendo enquanto descontavam os minutos para sair com este marcador, curto, ao intervalo. Porque até ao minuto 27 não houve uma incursão clara de um jogador do Sporting, com a oval controlada, que cruzou as linhas inimigas para estender o seu ataque para além da linha de meio-campo.
Para verdes e brancos, marcar parecia quase impossível. Neste cenário, a única coisa que pode acontecer é o Corteva repetir, o que aconteceu à beira do descanso, desta vez sem a conversão do Alfaro. Com 0-12 e uma final a mais que em pista, os sevilhanos mantiveram a concentração, determinação e entusiasmo no segundo tempo. A vitória num scrum é celebrada como se fosse um ensaio e isso explica o espírito competitivo que emana desta equipa.
O neozelandês de origem tonganesa Lavínia Tauhalaliku voltou a furar a defesa portuguesa para refazer a oval no início do segundo tempo e já desferir o nocaute. Nenhum jogador português poderia superá-la em sua poderosa carreira. Alfaro plantou a bola num dos postes da baliza, frustrando a conversão (0-17). Pouco depois, e depois de Sobrino e Romero deslocarem-se ao banco para reatar a vantagem, o chileno rematou de grande penalidade (0-20).
Fisicamente quebrados após o grande esforço físico no primeiro tempo para conter Cocos, os portugueses se curvaram defensivamente no segundo tempo. O Tauhalaliku voltou a repetir-se com a contratação de Alfaro (0-27) com o jogo a decorrer nas mesmas coordenadas. Tendo o regresso se tornado uma utopia, o Sporting tentou esticar e abrir, pelo menos, o marcador, já que os Cocos tinham a Taça cheia a rebentar, não conseguindo colocar a igualdade sobre ela. Fê-lo no último jogo, depois de lascar muita pedra, abrindo brecha na murada defesa sevilhana (5-27). Com este novo título para as vitrines do clube Mairen, o Corteva Cocos, já com dois campeonatos da Liga Iberdrola em seu currículo, consolida seu domínio no rúgbi feminino espanhol e peninsular.
As Sevilhanas formaram-se em Lisboa com o seguinte onze inicial: Marta Chacartegui ‘Golfy’, Marieta Román, Ngano Tavake, Kasandra Sylla, Justice Karena, Ana Peralta, Lucía ‘Lore’ Gayoso, Merania Paraone, Julia Castro, Carolina ‘Chía’ Alfaro, Irene Romero ‘Perdi’, Cristina González ‘Pepi’ , Lavinia Tauhalaliku, Marta Carmona ‘Arahal’ e Blanca Ruiz. Irene ‘Pome’ Pascual, Araceli Baena, ‘Raluka’ Muñiz, Duna Gómez e Claudia Sánchez e Ana Caravaca ‘Demi’ também se apresentaram.
Notas: 0-7, m. 13: ensaio de Merania Paraone transformado por Carolina Alfaro; 0-12, m. 38: ensaio de Claudia Ruiz; 0-17, m. 51: ensaio de Lavinia Tauhalaliku; 0-20, m. 58: remate convertido por Carolina Alfaro; 0-27, m. 63: ensaio de Lavinia Tauhalaliku transformado por Carolina Alfaro; 5-27, m. 80: julgamento por Franciele Barros Martins.
Árbitro: Doriane Domenjo (FRA).
Campo: Estádio do Jamor de Oeiras, em Lisboa.
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