A experiência da Estônia, a sociedade digital mais avançada

A Estônia é considerada um país modelo em termos de governo digital. Por isso, sua experiência não poderia faltar no sétimo encontro Pilares, ciclo organizado por Los Andes e que aconteceu ontem no Hotel Cóndor de Los Andes em Guaymallén. O tema foi justamente governo digital, cibersegurança e inteligência artificial.

Andrés Rundu, Embaixador da Estônia na Espanha e Andorra, participou remotamente do encontro e explicou como este país conseguiu se posicionar como o referência mundial nesta área.

Em 1991, e após 50 anos de dominação estrangeira, a Estônia voltou ao mapa da Europa com limitados sistemas tecnológicos e praticamente sem recursos. Mas foi uma oportunidade que ele aproveitou e poucos anos depois este país passou a ocupar o classificada como número 1 no Índice de Desenvolvimento Digital. Hoje, 99% da população usa a Internet.

“Tivemos que começar do zero porque, depois de reconquistarmos a nossa independência, tivemos de estabelecer novas formas de governação e novos sistemas”, começava a explicação.

Ele explicou que eles decidiram não usar sistemas já desenvolvidos, mas que seus técnicos acharam que estavam fazendo algo único, que ainda não existia. Avançar nessa direção implicava um debate aberto.

Desde 1996, os bancos progrediram nas transações online, depois outras áreas foram adicionadas, especialmente a partir de 2000.

Somos o único país a ter uma embaixada digital, temos um centro de cibersegurança de excelência e alguns países aliados estão trabalhando neste centro”, enfatizou.

Ele também disse que cidadãos podem poupar 5 dias por ano ao não terem de se deslocar para apresentar documentos e acrescentar: “Economizamos 2% do PIB para esses novos serviços, porque não são necessários tantos escritórios.”

Por lei, ficou estabelecido que todos os cidadãos devem ter um DNI associado ao código pessoal único, nunca muda. Trabalhou-se para conectar todas as escolas à Internet, ter computadores e fortalecer o ensino para seu uso, explicou. Disse que os mais novos aprendem rápido e para os mais velhos foram organizados workshops em diferentes locais como bibliotecas e aprenderam em 4 dias.

Hoje, 99% dos cidadãos pagam aluguel online, trocas digitais em educação e saúde também são importantes. A história clínica está em um banco de dados e pode ser ativada a possibilidade de que qualquer médico possa vê-los ou que os estudos possam ser obtidos e transmitidos.

Quanto às prescrições médicas, possuem um sistema compartilhado com vários países como Portugal e Finlândia: “Se tenho uma receita em Madrid, posso encontrá-la na Internet noutro país”.

Ele disse que em muitas sociedades o problema é a legislação e destacou que é preciso adaptá-la lá.

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Alex Gouveia

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