A fraternidade entre falantes de espanhol e português pode ir além da categoria linguística

Os países de língua espanhola e de língua portuguesa têm uma responsabilidade importante em se unir e não se limitar, pois o espanhol e o português são as duas únicas grandes línguas internacionais que se entendem, destacou Frigdiano Álvaro Durántez-Prados, diretor da Cátedra de Estudos Ibero-americanos na Fundação Universitária Iberoamericana (FUNIBER) e Iberofonía, durante a conferência A articulação do mundo das línguas espanhola e portuguesa 500 anos após a primeira globalização, no âmbito da Conferência Científica da Universidade Autônoma do Estado de México (UAEMex).

No edifício do presbitério e acompanhados pelo diretor de pesquisa da Secretaria de Pesquisa e Estudos Avançados, Juan Roberto Calderón Maya, a secretária de pesquisa e estudos avançados, Martha Patricia Zarza Delgado, destacou que as conferências científicas visam compartilhar o compromisso da UAEMex com a divulgação pública do conhecimento científico, relevante para informar a comunidade em geral sobre diversos temas.

Durante a sua intervenção, Durántez Prados explicou que o espaço pan-ibérico é, em termos linguísticos, geopolíticos e geoculturais, o grande espaço multinacional dos países de língua espanhola e portuguesa que abrange todos os continentes, cerca de trinta países e 900 milhões de falantes em o mundo, que cobre um décimo do mundo em termos demográficos.

Além disso, é o primeiro bloco geolinguístico do mundo, combinando o espanhol, a segunda língua materna do mundo, com o português, que é a segunda língua ibérica e latina do mundo, falada por cerca de 260 milhões de pessoas.

“Embora o inglês seja a língua internacional e comercial, como língua materna não chega a 400 milhões de pessoas, por isso o espanhol e o português, segundo os últimos dados do Instituto Camões e do Instituto Cervantes, têm mais de 800 milhões de falantes ibero. Embora O espanhol e o português são duas línguas filologicamente diferentes, foram integradas como um bloco linguístico”, acrescentou.

Frigdiano Durántez destacou que a Organização dos Estados Ibero-americanos para a Educação, a Ciência e a Cultura foi criada em meados do século XX, institucionalizando o espaço ibero-americano e tem projeção pan-ibérica, na época República Africana do Equador A Guiné foi integrada, depois da sua independência, onde se incorporou a África, porque tem países que falam ambas as línguas.

“Estamos falando de duas línguas que se entendem da mesma forma. Um exemplo é que ambos são os únicos a ter a palavra viver junto, uma palavra linda que só existe nestas duas línguas e que os verbos to be e to be estão separados”, sublinhou.

Por fim, destacou que atualmente esta união, que engloba mais de 20 países, são as duas comunidades mais próximas do mundo. Eles possuem os mesmos membros, princípios e objetivos, por isso é importante ressaltar que esse bilinguismo formalmente programado é a intercompreensão que os falantes dessas línguas possuem.

(Foto: Portal Especial)

Suzana Leite

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