Quando a transferência de João Félix para o Chelsea se tornou oficial em 11 de janeiro, muitos deram um suspiro de alívio no Atlético de Madrid. Problema resolvido, pensaram. Mas a maioria deles sabia que era apenas um vôo para a frente, de um parêntese que levaria a novas dores de cabeça no curto prazo. E as enxaquecas já estão lá. Nem cinco meses depois.
Os mais otimistas estavam convencidos de que Todd Boehly (dono do Chelsea) gostaria de João e que eles assumiriam sua assinatura. E de fato foi assim, no começo, mas não convenceu os técnicos exatamente da mesma forma. Nem mesmo Frank Lampard, que há algumas semanas apontou que além do “enorme talento” dos portugueses “também você deve ter uma ética de trabalhoe investigou como as tarefas sem bola eram “um desafio para João”; nem para o próximo técnico do Chelsea, Mauricio Pochettino, que já avisou seu clube que não tem o atacante português.
A bagagem de João da passagem pelo Chelsea é pobre: 20 jogos, quatro gols, zero assistências. Nos últimos sete dias de primeiro-ministro, João foi titular apenas uma vez e chegou a ser dispensado em uma partida. “Ciao Félix”, trazia na capa um jornal britânico com a frase “começa a limpeza”.
Nesta situação, João Félix deverá ingressar no Atlético desde o início da pré-época, a 7 de julho, mas não é esta a sua intenção. Aliás, o que os portugueses queriam antes de saber dos planos de Pochettino era continuar para Londres E foi assim que ele se expressou publicamente há pouco mais de uma semana: “Ainda não sei como será meu futuro, mas adorei esses meses e adoraria estar aqui. na próxima temporada”.
Do meio português corroboram esse desejo. João não se vê voltando ao Atlético de Madrid, pelo menos enquanto Simeone estiver lá. Suas diferenças são irreconciliáveis, não partilha da sua filosofia de futebol e considera que sempre foi castigado do banco ao menor erro. Ele não quer passar por essa penitência novamente.
Por sua vez, Cholo garantiu ao Cadena COPE nesta sexta-feira que era compatível com todos “desde que possamos gerar a vitória”. “O João tem condições enormes. Vai ser o que ele quiser ser”, disse ao deixar a bola no telhado do português. Mas também lançou uma provocação às primeiras declarações do português como jogador do Chelsea, quando se definia como um futebolista que gostava de ter a bola “e jogar com alegria”. “Não estou colidindo com o João, estou tranquilo. Conversamos várias vezes e ele sabe qual é o meu perfil e que gosto de jogar com muita alegria”, disse Simeone sarcasticamente.
“Muito menos do que você pensa”
A realidade é que Simeone sempre confessou aos que o rodeiam que João “é muito menos do que todos pensam” e considera que esta aventura frustrada em Londres apenas veio confirmar o seu pensamento e que não é o único a ver como problema o falta de atitude dos portugueses em tarefas defensivas.
Porém, a bola não está na quadra de João Félix, mas na de jorge mendes. João também confessou aos que o rodeavam que gostaria de permanecer na Premier League, futebol em que se sentia mais à vontade do que na Liga. Nas ilhas, o Newcastle do príncipe Mohammad Bin Salman parecia ser uma opção, assim como o Manchester United, que já havia se interessado pelos portugueses no passado. Um degrau abaixo, Unai Emery também caberia em sua villa em Aston. Existem várias opções, também fora de Inglaterra, embora todas passem por transferência. No momento, ninguém parece disposto a pagar uma quantia exorbitante por João e o Atlético não está disposto a vender um jogador que lhes custou 127 milhões há quatro anos.
A sua saída condiciona o calendário desportivo do Atlético de Madrid. Se uma transferência ocorresse, haveria dinheiro para realizar uma grande operação. Mas o desconhecido no modelo São ainda numerosos, numa equipa onde a continuidade de homens como Carrasco, Morata, Saúl ou Lemar está mais do que em sintonia com os tempos.
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