A RSEAPT acolhe a primeira edição da Macaronésia Summer School

SANTA CRUZ DE TENERIFE, 8 de julho (EUROPA PRESS) –

A sede da Real Sociedad Económica de Amigos del País de Tenerife (RSEAPT) recebe esta segunda-feira, pelas 09h15, a cerimónia de apresentação da 1. as novas gerações dos arquipélagos do Atlântico central.

O evento contará com o Assessor Interino de Transição Ecológica, Combate às Mudanças Climáticas e Ordenamento do Território do Governo das Canárias, José Antonio Valbuena; o Diretor-Geral dos Assuntos Europeus e Cooperação Externa do Governo dos Açores, Carlos Pacheco Amaral; o cônsul de Cabo Verde, Juan Cárdenes Martín; e José Gómez Soliño, codiretor da Escola junto com Basilio Valladares, presidente da Fundação Canária para o Controle de Doenças Tropicais (FUNCCET), entidade organizadora.

Um total de 35 bolseiros de Cabo Verde, Açores e Madeira vão participar nesta primeira edição durante a qual terão acesso a seminários orientados por mais de 20 técnicos. Os alunos chegarão a Tenerife neste sábado e participarão do Festival de Música Canária Tradicional das 8 Ilhas. Além disso, conhecerão a tradicional peregrinação de San Benito.

A semana de seminários começa esta segunda-feira e prolonga-se até à próxima sexta-feira sob o título genérico ‘Macaronésia: um futuro a construir’, em sessões duplas de manhã (10h00-13h00) e tarde (16h00-19h00). 00) a ser realizada na sala RSEAPT, localizada na Calle San Agustín, número 23, e de acesso gratuito.

Nas últimas décadas, o termo Macaronésia, entendido como uma constelação singular de arquipélagos situados no centro do Atlântico, tem vindo a conhecer uma relevância crescente, para um determinado setor dos habitantes dos referidos arquipélagos, e sobretudo para os grupos dirigentes dos respetivos territórios, este O conceito de Macaronésia exprime a consciência da afinidade fundamental das sociedades insulares atlânticas e uma clara vontade de convergência e cooperação.

No entanto, fora desta área geográfica, este conceito não é tão conhecido como se poderia esperar. Grande parte da população destes arquipélagos também carece de uma clara consciência comunitária da sua singularidade histórica e cultural e do seu potencial de desenvolvimento.

Com a celebração desta I Escola de Verão da Micronésia, pretende-se promover uma troca de conhecimento em torno deste conceito de forma a promover um melhor conhecimento e uma maior colaboração entre os habitantes dos arquipélagos macaronésicos, especialmente entre os jovens.

Este fórum de conhecimento das novas gerações da Macaronésia pretende também promover a reflexão sobre os desafios que se colocam aos arquipélagos do Médio Atlântico no contexto do processo de globalização em curso; facilitar encontros entre académicos, empresários e profissionais interessados ​​no desenvolvimento inter-arquipélago e na cooperação estratégica; criar uma consciência comunitária macaronésica baseada num imaginário histórico-cultural partilhado, bem como promover a criação de uma comunidade macaronésica de conhecimento e aprendizagem.

SEIS SEMINÁRIOS.

No total, serão seis seminários com a participação de mais de 20 especialistas técnicos, abordando diferentes aspectos relacionados à cultura, ciência e desenvolvimento de setores econômicos, entre outros temas. Na segunda-feira, inicia-se o ciclo de seminários programados por Gómez Soliño com “Macaronésia: presente, passado e futuro de um conceito”; depois será a vez de Ángel Llorente, jurista e magistrado, com “A inserção da Macaronésia no quadro jurídico europeu”; A manhã terminará com uma mesa redonda que abordará a perspectiva político-institucional.

À tarde, Avelino de Freitas de Meneses, professor e ex-reitor da Universidade dos Açores, falará sobre “Gaspar Frutuoso, historiador dos Açores e da Macaronésia”; Seguir-se-á Ana Viña Brito, professora de história medieval da ULL, com a exposição “Nesologia e Globalização: as Ilhas Macaronésias no Início da Colonização”; María Teresa Duarte de Jesus Gonçalvez do Nascimiento, especialista em história literária pela Universidade da Madeira, apresentará “A insulana, primeira epopeia de Madeira”; O dia terminará com “Investigação nas Ilhas Atlânticas: a experiência do programa de doutoramento universitário nas Ilhas Atlânticas” por Santiago de Luxán Meléndez, professor de história e instituições económicas da ULPGC. Na terça-feira, os bolseiros vão participar numa visita guiada ao Parque Nacional do Teide.

Quarta-feira, a partir das 10h00, as sessões recomeçam com “Globalização, saúde e solidariedade na Macaronésia” de Basilio Valladares Hernández, professor de parasitologia e professor emérito da ULL e presidente da FUNCCET. Seguir-se-á Rubén Bueno Mário, diretor técnico da Retokil Vector Control, com ‘Como travar a expansão das doenças tropicais na Macaronésia’; A manhã será encerrada por Manuel Herrera Artiles, Diretor Geral de Saúde Pública das Canárias, com a apresentação “Coordenação de alertas contra patógenos invasores na Macaronésia”.

À tarde, María de Anunciação Mateus Ventura, do grupo Bioisla da Universidade dos Açores, apresentará “Natureza e turismo: como compatibilizar as duas ilhas da Macaronésia”; No seguimento deste tema, María Eugenia Arozena Concepción da ULL falará sobre “Laurisilva, elemento distintivo da paisagem macaronésica”; Terminará com uma visita ao parque rural do Macizo de Anaga.

Quinta-feira, dia especial com visita ao Loro Parque e à sua fundação, os bolseiros vão conhecer o projeto “IMLAMAC: avaliação do impacto dos microplásticos e poluentes emergentes na Macaronésia”, dirigido por Javier Hernández Borges, do Instituto de Doenças e Doenças saúde pública das Ilhas Canárias. De seguida, haverá a apresentação do projeto “Can BIO: alterações climáticas e proteção das espécies marinhas na região da Macaronésia”, da autoria de Javier Almunia Portolés, diretor da Loro Parque Fundación.

O último dia, sexta-feira, começará com um passeio guiado por Francisco García-Talavera Casañas, geólogo, paleontólogo e escritor, pelos sobrenomes portugueses das Ilhas Canárias. Ele será seguido por Dolores Corbella Díaz, professora de filologia românica na ULL, membro da Real Academia Espanhola de Língua, que falará sobre “A marca lexical do português no espanhol das Ilhas Canárias”; Seguem-se-lhe Maria do Céu Amaral Fortes de Fraga Amaral, professora da Universidade de Cabo Verde, com “Macaronésia: o feitiço das ilhas”; Urbano Bettencourt Machado, poeta e escritor açoriano, falará sobre “As ilhas: encruzilhadas do mar” e Maximiano Trapero Trapero, professor de filologia espanhola na ULPGC, fechará o ciclo com “Canções ibéricas na Macaronésia”.

Paralelamente, decorrerá no Centro Cultural de Aguere (Calle Herradores, 47) um festival de cinema macaronésico cuja entrada será uma gruta até à lotação total. As sessões serão a partir deste domingo às 18h00, os demais shows de segunda a quinta serão às 21h00.

Francisco Araújo

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