Ana de la Chica, a cavaleira que coloca Granada no mapa equestre

A história de Ana de la Chica (Granada, 1995) merece ser filmada. Daquelas de autotranscendência e coragem, aventuras e desventuras marcadas pelo grande coração que abriga. Uma conversa com ela transmite paz e isso, hoje em dia, vale ouro. Vá em frente, ela se formou na Universidade de Granada em Ciências da Atividade Física e do Esporte e atua em um nível de elite como cavaleiro profissional, o que, por outro lado, já é muito raro em uma província que perdeu sua essência. como uma atividade puramente esportiva, deixando o cavalo relegado a passear pelo Corpus Christi ou pelas poucas quadras que pontilham nossa metrópole.

No entanto, esta atleta, treinadora, amazona, cavaleira e empresária de sucesso já tem várias datas marcadas para competições nacionais e internacionais durante este 2023. Além disso, graças a anos de trabalho, conseguiu fazer do Nevada Equestrian Center, um dos proprietários, recebe cavalos de países como Portugal ou Bélgica com o objetivo de os preparar para a alta competição.

A história de Ana no mundo dos cavalos começa quando, quando ela tinha apenas quatro anos, seu pai Aurélio a levou pela primeira vez a uma aula de equitação, como atividade extracurricular. E é curioso que sua memória mais antiga não seja a que todos nós teríamos, como andar a cavalo, mas algo mais profundo para ela. “Eles apenas passaram horas com o cavalo, mas não cavalgando, mas aprendendo com eles. Eu adorava cuidar deles, tocá-los, cheirá-los… tanto que, quando saí da escola, só pensava em ir para a velha Hípica ficar com eles”, conta – ele.

Hoje ele ainda passa a maior parte do tempo com eles, intercalando seu treinamento com o ensino de crianças de 4 e 5 anos sobre o fascinante mundo da equitação. “Gosto que aprendam que vir montar a cavalo não é andar a cavalo. É um esporte que também exige disciplina com o animal. Para nós, o mais importante é um cavalo bem cuidado e depois bem preparado para cavalgar; tem que cuidar se tiver machucado ou escovar… deixar ele tranquilo. Não permito que o cavalo saia despreparado para ser rápido na cavalgada”, explica.

Uma das situações que mais chamou a atenção de Ana entre seus pequenos aprendizes de cavaleira é que muitos contam a ela que já tiveram contato com um cavalo, no console. “Eu me diverti muito na primeira vez, ele lembra, e é claro que você vê que quando eles se aproximam de um cavalo de verdade, alguns começam a chorar, outros ficam um pouco assustados… e eles adoram Porque chegar perto de um cavalo pela primeira vez é uma experiência incrível e meu trabalho é garantir que as crianças gostem de todos ao seu redor, não apenas do animal.” “Há momentos em que você pode ficar dez minutos brincando com a areia, ou calar a boca e ouvir os pássaros. Em suma, estamos deixando nosso ambiente urbano para nos aproximarmos da natureza”. A partir daí, “estamos prontos para abraçar um cavalo, sentir a sua temperatura, a sua respiração…”. Faça parte disso.

Ana com Jimbarán, um de seus cavalos no Centro Hípico Nevada.

IDEAL


Incubação

Como cavaleira, Ana de la Chica começou tarde. Começou a dar os primeiros passos com a mãe, Luísa. “Compartilhar um esporte mãe-filha o torna mais especial”, acrescenta. Na altura, com 12 anos, o cavaleiro Miguel Ángel Collado cruzou-se durante o intercâmbio dos dois “e começou a ensinar-nos como professor”. Naquela época, a granadina tinha um cavalo hispano-português com o qual cavalgava.

Nem lhe ocorrera ir mais longe no mundo, “mas Miguel viu algo em mim”. “Ele ensinou-me muito, deixou-me levar os seus cavalos e aos 12 anos comecei a competir”, acrescenta, já tarde na realidade, mas a usufruir de uma vantagem extraordinária sobre um burro que tinha sido afastado da alta competição. devido a problemas de saúde. “Fiz ele pular 1,30 metro comigo – que é uma altura muito boa – e desde então descobri o que a competição pode dar”, admite.

Isso marcou um antes e um depois. Tanto que Luisa decidiu tomar uma decisão corajosa. O de acompanhar a filha em sua aventura. Da maneira que a fazia feliz. Ela largou o emprego de toda a vida, um trabalho de escritório que não a satisfazia. Vendeu um imóvel no litoral e investiu em um sonho. Hoje Ana e Luisa, mãe e filha, juntamente com o técnico Miguel Ángel Collado, trabalham como sócias em uma instalação esportiva de competição, o Centro Hípico Nevada, que tem atraído a atenção de empresas que giram em torno do mundo hípico. prestígio como Pinol, em Madrid, o francês Antarès ou o italiano Animo.

Além disso, há alguns dias foi anunciado o acordo com o cavaleiro português Pedro da Silva Manso pelo qual os cavalos do país português virão a Granada para que possam participar dos eventos mais importantes da Espanha. Da mesma forma, os correios chegarão da Bélgica para serem treinados. E pelo lado esportivo, em breve poderemos ver o piloto no Spain Teams Challenge, campeonato regular em que começa na liderança após uma primeira fase muito boa. Porque quando as coisas são feitas com o coração, você está certo em prever que o melhor para Ana e para todo o Nevada Equestrian Center ainda está por vir.

Cristiano Cunha

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