Andaluzia pede no consultivo da UE “diplomacia ativa” em defesa da azeitona preta contra os Estados Unidos

SEVILHA, 14 (EUROPE PRESS)

A Ministra da Agricultura, Pescas, Águas e Desenvolvimento Rural, Carmen Crespo, pediu esta sexta-feira que seja posta em prática uma “diplomacia activa” pela União Europeia (UE) para a defesa da azeitona preta antes da última sentença do Acordo Comercial Internacional Tribunal dos Estados Unidos (EUA) para poder eliminar “as tarifas injustas que causam prejuízos de mais de 150 milhões de euros a este setor andaluz”.

Isso foi solicitado durante sua participação, eletronicamente com os demais homólogos, na Conferência Setorial e nos Conselhos Consultivos de Política Agrícola e Pesqueira para Assuntos Comunitários.

Da mesma forma, Crespo aproveitou o seu discurso para apresentar ao Ministério da Agricultura, Pescas e Alimentação a “necessidade de flexibilizar as linhas de ajuda do Plano de Transformação e Resiliência para que sejam mais lógicas e acessíveis para o setor agrícola”.

Ao mesmo tempo, voltou a frisar que essa mesma flexibilidade deve ser “aplicada aos eco-esquemas da Política Agrícola Comum (PAC) para evitar que estes se tornem um custo adicional de produção para um setor já muito empobrecido pelo conflito armado em Ucrânia, inflação e seca”.

Em consonância com a situação de crise do sector devido aos custos de produção e à seca, o ministro andaluz voltou a insistir no facto de “é essencial que a Europa aborde no debate a possibilidade de colocar uma medida de ajuda especial para mitigar os efeitos da a falta de água e de produção sofrida pelos agricultores e pecuaristas andaluzes”.

De igual modo, referiu que estas medidas devem “ser complementadas pelo Ministério com uma redução de impostos para o setor, aplicando-se para isso a dupla tarifa de eletricidade e o reembolso do IVA sobre os fornecimentos e irrigantes”. Tudo isso, segundo Crespo, “aliviaria muito os problemas que nossos agricultores e pecuaristas estão enfrentando atualmente devido ao aumento de materiais utilizados na atividade agrícola”.

Por outro lado, a Ministra das Pescas manifestou durante o Conselho o seu apoio ao ministério na decisão de apreensão do TJUE para pôr fim ao acto delegado de arrasto “injustamente aprovado, conscientemente, pelo Comissário Europeu para ‘ambiente sem -relatórios atualizados’. e exigiu que “estudos científicos atualizados sobre a pesca de arrasto no Mediterrâneo sejam enviados com a maior brevidade possível para fazer o balanço dos seus dias de pesca no último mês do ano”.

“É importante demonstrar o esforço que o setor tem feito em termos de biodiversidade nestas zonas de pesca para evitar novas reduções nos dias de pesca, pois isso tornaria insustentável a viabilidade deste setor no Mediterrâneo, que já teve que assumir um queda de 17% na atividade nos últimos três anos”, disse ATUM AZUL, AUMENTO DE OPORTUNIDADES DE PESCA

Outro dos temas discutidos na consulta foi a próxima celebração da XXII reunião da Comissão Internacional para a Conservação do Atum rabilho do Atlântico (Iccat) na cidade de Vale de Lobo, Portugal.

Nesta reunião serão decididas as possibilidades de pesca do atum rabilho no Atlântico Nordeste e no Mediterrâneo para 2023, para além das medidas para o plano de recuperação do espadarte.

O Ministro das Pescas pediu ao Ministério que defendesse nesta reunião um aumento das possibilidades de pesca do atum rabilho para além do previsto, “para garantir a manutenção dos quatro cubas de atum, 166 barcos e os cerca de mil postos de trabalho nesta pescaria andaluza”, o que concentram-se principalmente nas províncias de Almería, Granada e Málaga.

Por fim, discutiu-se como o que está acordado em Portugal sobre o espadarte irá afetá-lo, uma vez que se prevê uma redução de 3% no Mediterrâneo, o que seria, segundo o ministro das Pescas do Executivo andaluz, “mais um retrocesso para a pesca mediterrânica. já bastante prejudicado pelas reduções de dias de pesca instituídas pela própria UE”.

Assim, pediu ao Planas que “defenda firmemente o setor e impeça os cortes”. Nesse sentido, pediu ao Ministério que forneça urgentemente estudos científicos atualizados à CE para que “se entenda o esforço feito pelo setor de arrasto mediterrâneo”.

Alex Gouveia

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