O rugby português esteve na boca de todos esta temporada, com o regresso da equipa principal a um Copa do Mundo e depois da contundente vitória conquistada no dia 8 de outubro em Toulouse contra Fiji, para o encerramento do grupo C do décimo evento ecumênico inteiramente organizado na França.
Aos poucos, o desporto das ovais vai-se estabelecendo e consolidando em terras lusitanas. Nesse sentido, a influência argentina foi sentida ao longo do tempo. Das mãos do ex-técnico do Tucuman que eles tinham O puma e os pampas Juan Severino Somoza, Juan Manuel Murré, Cristian Rubén Spachuck e Gabriel Ascárate são alguns dos argentinos que deixaram a sua marca como jogadores nos relvados portugueses.
Enquanto isso, desde a temporada passada, o Entre Ríos está presente no extremo oeste da Europa com a ajuda do técnico paranaense Gonzalo Torres, que chegou para comandar o time. RC Elvas. A chegada dos provinciais continuou este ano com os seus compatriotas, Tomás Cornejo (Associação Académica de Coimbra) e Augusto Andrade (RC Elvas).
Andrade, jogador que atuou em Clube Atlético Estudiantesque passou a ocupar um duplo papel.
O versátil avançado albinegro da turma de 96, manifestou os seus sentimentos depois de ter assumido há poucos dias um papel fundamental na instituição da cidade de Elvas, como preparador físico dos jovens e jogador da Equipa Superior. Em diálogo com o MIRADOR ENTRE RÍOS, Andrade, um novo professor de educação física, contou como viveu a sua primeira experiência profissional e não escondeu as expectativas crescentes de uma carreira em Portugal.
-O que te motivou a ter esta experiência no rugby português?
-Vir para Portugal é algo que me aconteceu quase sem pensar. Embora jogar na Europa sempre tenha sido algo que me chamou a atenção, visto que tenho vários amigos aqui, quando se pensa neste continente imaginamos chegar à Espanha ou à Itália. Porém, esta oportunidade surgiu graças ao Gonzalo Torres e não a desperdicei. Me contaram qual era a proposta, como seria minha vida aqui, quais confortos e responsabilidades eu teria e eu aceitei, me animei e assumi o desafio.
-Levando em conta a grande campanha deste ano no Estudiantes, o que você deixa para trás no Paraná? O que tem, do lado do rugby, para oferecer ao RC Elvas?
-Ser campeão com o Estudiantes esse ano foi algo incrível, lindo, incomparável. No ano passado fizemos uma campanha muito boa, mas não funcionou para nós. Felizmente, em 2023 nos vingamos e não só fomos campeões da Primeira Divisão, mas também conseguimos chegar ao final da temporada competitivamente com Reserva e Pré, algo que fala claramente de trabalho e comprometimento. jogador humilde e abnegado. grupo de jogadores e funcionários. No Paraná, saí muito. A minha família, o meu clube, os meus amigos… Mas agora penso no RC Elvas, instituição para a qual pretendo dar todo o meu contributo, tanto profissionalmente como no rugby, e começar a crescer a partir daqui.
-Como foi a sua adaptação ao novo clube e à vida em Portugal em geral?
-Apesar do pouco tempo que estou aqui em Elvas, a minha adaptação é muito positiva e fluida. Também tem dois caras de Tucumán, que facilitam muito as coisas para mim. Aos poucos, mesmo que seja difícil, tento falar cada vez mais em português. No entanto, como esta cidade fica quase na fronteira com Badajoz, Espanha, também se fala muito espanhol.
Porém, até agora não tive muito tempo para explorar a cidade. Pelo que percebi, é um local histórico muito bonito. Mas, por enquanto, a minha prioridade é me adaptar ao trabalho e ao esporte. Terei tempo para o resto.
-Que nível de jogo você encontrou?
-Existem equipes muito boas, de alto nível e outras com menor implantação. A RC Elvas, em particular, pertence a uma terceira categoria e visa um crescimento em grande escala. A ideia do clube é planejar e seguir em frente.
-Que sentimentos lhe dá poder aplicar a sua profissão e ao mesmo tempo a sua experiência no RC Elvas?
-É uma coisa linda poder passar o que sei, meu conhecimento e tudo que aprendi no CAE. Na verdade, continuarei sempre aprendendo. Entre os meus objetivos, aliás, inicialmente, está o de poder aprovar o meu diploma. Para isso tenho que fazer um exame de português e fazer as equivalências com o diploma que obtive na Argentina. A minha ideia é estar sempre à disposição do clube e oferecer muito trabalho para atingir os objetivos coletivos que se estabelecem.
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