- O benefício fiscal denominado “Residência Não Habitual” foi abolido por António Costa para 2024, mas com a sua saída muitos investidores esperam que este regime de benefícios continue. O que é?
Lisboa, Portugal. 14 de novembro de 2023. António Costa demitiu-se esta terça-feira, 7 de novembro, do cargo de primeiro-ministro de Portugal, depois de ter sido implicado num caso de corrupção em projetos energéticos. A sua decisão foi levada ao conhecimento pessoal do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, que considerou que “a dignidade do cargo é incompatível com a abertura de inquérito” para “preservar a dignidade das instituições democráticas”.
Durante o seu mandato, Costa anunciou o fim do regime fiscal especial conhecido como “Residência Não Habitual” (RNH). Este benefício fiscal destina-se a qualquer cidadão que não tenha residido nos últimos cinco anos, ou seja, estrangeiros e portugueses que pretendam regressar ao seu país. Concede isenção fiscal aos rendimentos estrangeiros e um limite máximo de impostos inferior ao limite tradicional para os rendimentos produzidos no país.
“Com a saída de Costa, pelo menos o fim deste programa que é tão benéfico para quem opta por este regime fiscal, que terminou em dezembro deste ano, e que concedia benefícios durante dez anos, que era muito atrativo, fica suspenso … para franceses, italianos, americanos e latino-americanos”, afirma Matías Apparcel, fundador da empresa de mobilidade internacional AIM Global.
Por exemplo, nos seguintes casos há isenção fiscal: Dividendos estrangeiros, Rendimentos de rendas estrangeiros, Rendimentos de juros estrangeiros, Pensões estrangeiras sujeitas à taxa fixa de 10% a partir de 2020, Ganhos de capital, transferência de rendimentos de activos localizados no estrangeiro ou Rendimentos de trabalho ou trabalho autônomo em outro país.
“Existe um amplo consenso de que acabar com o regime de residência não habitual seria um erro grave, dado que é o meio pelo qual os indivíduos ricos são atraídos para Portugal. E mesmo que estas pessoas não transfiram necessariamente a sua riqueza para o país, a sua presença traduz-se na aquisição de propriedades, na realização de investimentos e num contributo significativo para o dinamismo da economia portuguesa”, acrescenta Apparcel.
Mesmo que um novo governo socialista pudesse insistir num projecto que acabasse com o regime dos RNH, é pelo menos certo que não terminará em Dezembro, uma vez que as novas eleições legislativas só terão lugar em Março de 2024.
“Para aceder aos benefícios fiscais do regime especial é necessário ter residência fiscal em Portugal, seja através do programa Golden Visa, do visto D7, ou de vários outros vistos disponibilizados pelo país. Estes vistos são extremamente atrativos para os investidores latino-americanos, pois oferecem-lhes as vantagens fiscais do regime fiscal especial, como não pagar dupla tributação ou pagar percentagens mais baixas, ao mesmo tempo que avançam para a obtenção da cidadania e do passaporte português, após terem mantido a residência durante um determinado período de tempo. período de cinco anos”, explica o especialista.
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