Cardiopatch, o projeto que promove impressão 3D para tratar problemas cardíacos

Várias organizações de Espanha, França e Portugal estão a colaborar no desenvolvimento do projeto europeu Cardiopatch, no setor da saúde. O objetivo desta iniciativa é avançar no campo da medicina regenerativa cardíaca por meio da implementação de tecnologias de manufatura aditiva. Esses novos sistemas de fabricação permitiriam estudar o tratamento do infarto do miocárdio, uma síndrome coronariana aguda caracterizada pelo aparecimento de uma série de dores isquêmicas em parte do músculo cardíaco. Dentro dos negócios da Cardiopatch, a impressão 3D desempenha um papel muito importante. Na verdade, esses parceiros europeus desenvolveram recentemente um adesivo que pode reparar tecidos cardíacos danificados. Para isso, desenharam e validaram diferentes métodos biotecnológicos de impressão 3D que facilitam o transporte, cultivo e implantação do patch.

Na Europa, mais de 4 milhões de pessoas morrem todos os anos devido a doenças cardiovasculares, sendo o enfarte do miocárdio uma das taxas de mortalidade mais elevadas. O tratamento desta patologia envolve, nomeadamente, farmacoterapia, implantação de dispositivos ou ressincronização cardíaca. No entanto, o homem carece de regeneração adequada desse órgão vital e, embora tenhamos tais tratamentos, apenas o transplante de coração oferece uma terapia verdadeiramente curativa. Nesse contexto, a manufatura aditiva abre novos e empolgantes caminhos para a medicina fornecer maior personalização para criar dispositivos com melhor desempenho.

Parceiros do projeto. (Créditos: Cardiopatch)

Impressão 3D de patches médicos

Um dos principais desafios para a comunidade científica é encontrar um tratamento adequado e não invasivo para doenças cardiovasculares e do aparelho circulatório. Os procedimentos mais comuns atualmente não eliminam o risco de morte ou reinternação. Para resolver esse problema, a Cardiopatch desenvolveu uma terapia inovadora baseada na medicina regenerativa celular e na impressão 3D. Esta terapia consiste em um patch de células-tronco usado para o reparação não invasiva de tecido cardíaco danificado para infarto do miocárdio. Após três anos de pesquisa, a solução foi apresentada em Pamplona no dia 18 de abril. O Dr. Felipe Prósper é coordenador do projeto e diretor da área de terapia celular da Clínica Universidad de Navarra. Ele explica: “Nosso adesivo mostrou potencial terapêutico nos primeiros testes “in vivo”. Além disso, projetamos um dispositivo 3D para seu cultivo e transporte e uma ferramenta que permite sua implantação minimamente invasiva no paciente”.

As entidades envolvidas no projeto desenvolveram processos que visam melhorar o potencial terapêutico das células estaminais do penso. Um dos sucessos foi a criação de uma membrana de colágeno com fatores cardioprotetores. Da mesma forma, realizaram o desenvolvimento e avaliação de várias tecnologias e protocolos para a produção de produtos terapêuticos em medicina regenerativa cardíaca. “Os resultados são positivos e mostram as possibilidades oferecidas pela medicina regenerativa para encontrar tratamentos eficazes para este tipo de doença cardíaca. É essencial continuar a investir e promover a investigação nestas áreas para encontrar uma solução definitiva.”acrescenta Felipe Prósper.

Além disso, projetaram e validaram um biorreator 3D para cultura e transporte do patch, bem como um dispositivo roll-up para sua implantação minimamente invasiva no coração. Experimentos pré-clínicos em roedores demonstraram a eficácia do modelo terapêutico Cardiopatch com resultados verdadeiramente positivos. De fato, novos testes estão planejados nos próximos meses para testar ainda mais sua eficácia.

Europa avança no campo da medicina regenerativa

O continente europeu possui os ativos necessários para promover os dois setores, medicamentos e manufatura aditiva. No entanto, faltam estruturas que favoreçam a cooperação, as sinergias e a criação de ações de trabalho conjuntas entre os dois campos de aplicação. Assim, o projeto Cardiopatch, cofinanciado pelo Programa Interreg Sudoe da UE, através do instrumento financeiro FEDER, consegue responder a este desafio. Concretamente, as ações específicas são desenvolvidas segundo uma quádrupla abordagem: pesquisa, economia, poder público e sociedade. Você pode encontrar mais informações no site do projeto Cardiopatch, aqui.

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Filomena Varela

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