Lisboa, 7 de novembro (EFE).- Certas concessões para a exploração de lítio em algumas minas de Portugal e projetos relacionados com o hidrogénio verde para criar energia limpa derrubaram o primeiro-ministro português, António Costa, que esteve envolvido esta terça-feira. um caso de corrupção e tráfico de influência.
O Ministério Público português informou esta terça-feira que foram registados mais de 40 locais e que estas investigações se centram nas concessões de exploração de lítio nas minas de Romano e Barroso, no norte do país, além de um projeto de central elétrica para energia Produção. hidrogénio e outro para construção de data center, ambos em Sines.
Você escuta, hidrogênio verde e favorece o tratamento
Em janeiro de 2021, uma reportagem do semanário Expresso noticiou que o Ministério Público considerou suspeita uma escuta clandestina do então ministro do Ambiente português, João Matos Fernandes, durante a qual conversou com Costa, no âmbito de uma investigação sobre possíveis irregularidades no setor de hidrogênio verde. .
Segundo este meio de comunicação, o Supremo Tribunal de Justiça admitiu então ter incluído a gravação na investigação ao alegado tratamento favorável do governo Costa às empresas portuguesas no domínio do hidrogénio verde.
Durante esta conversa não foram encontradas provas de crime e Costa e Matos Fernandes falaram sobre as negociações em curso para definir a localização de um projeto de hidrogénio verde, uma refinaria de lítio, possíveis interessados na empresa e a possibilidade de colaboração com Espanha. .
A revista “Sábado” revelou na altura que este caso foi aberto após uma denúncia anónima em 2019 que indicava que o governo português tinha favorecido empresas portuguesas integradas num consórcio para construir um projeto industrial de hidrogénio verde em Sines.
Estas empresas incluíam a EDP, a petrolífera Galp e a REN, que, juntamente com a portuguesa Martifer e a dinamarquesa Vestas, anunciaram a adesão a um consórcio para estudar a criação de um cluster industrial para a produção de hidrogénio verde em Sines.
Os procuradores suspeitam agora de tráfico de influência e corrupção nos projetos de Sines, uma fábrica de hidrogénio verde e data center, conhecida como H2Sines, que visa desenvolver um gigawatt de energia de produção de hidrogénio, que serviria de combustível para uma refinaria da Galp e outras instalações, além de gerando excedentes para exportação.
Uma recompensa suspeita de lítio
No caso do lítio, está em estudo uma concessão à empresa Lusorecursos para a exploração deste mineral na região de Montalegre.
Segundo o jornal Expresso, o caso também remonta a 2019, quando João Galamba, então secretário da Energia e atual ministro das Infraestruturas, concedeu à Lusorecursos Portugal Lithium autorização para realizar a exploração de lítio.
O canal de televisão CNN Portugal garantiu hoje que este projeto, avaliado em 380 milhões de euros, foi concedido à Lusorecursos por um período de 50 anos.
O canal lembrou que, de acordo com a lei, para uma empresa ganhar um concurso de exploração durante 50 anos, deve primeiro realizar a prospecção, o que não acontecia com a Lusorecursos, que levantou suspeitas de alegada corrupção.
Ainda não está claro exatamente a extensão do alegado envolvimento de Costa nestes planos, embora o Ministério Público português tenha indicado que vários suspeitos falaram sobre o seu alegado envolvimento no caso para “desbloquear o processo”.
Para já, o Ministério Público emitiu mandados de detenção contra o chefe de gabinete do primeiro-ministro, o presidente da Câmara de Sines e dois dos seus dirigentes da empresa “Start Campus” e contra um advogado, que será presente em tribunal para interrogatório.
Galamba e o presidente do conselho de administração da Agência Portuguesa do Ambiente foram também declarados “arguidos” (suspeitos oficiais, figura anterior à acusação). EFE
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