O cantor e escritor brasileiro Chico Buarque recebeu segunda-feira a mais alta distinção literária em língua portuguesa, o Prémio Camões, das mãos do Presidente brasileiro, Lula da Silva, e do seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa.
O Prémio Camões foi atribuído à estrela da música brasileira em 2019, mas o ex-presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro recusou-se a assinar os documentos necessários para que o prémio fosse entregue oficialmente ao cantor e escritor, conhecido pelo seu empenho à esquerda e contra a Ditadura militar brasileira (1964-1985).
“Conforta-me que o antigo presidente tenha tido a grande graça de não manchar o meu prémio Camões”, disse Buarque durante a cerimónia realizada no Palácio de Queluz, nos subúrbios ocidentais de Lisboa.
“Este prêmio é uma resposta do talento à censura”, declarou o atual presidente brasileiro.
De volta ao poder desde janeiro, Lula deseja relançar as relações diplomáticas com os principais interlocutores do Brasil, após anos de isolamento que caracterizaram o seu antecessor.
Depois da Argentina, Uruguai, Estados Unidos e recentemente da China, Lula iniciou neste fim de semana uma visita de estado a Portugal, a antiga potência colonial do Brasil.
O Prémio Camões foi criado em 1988 pelo Brasil e Portugal para distinguir autores de língua portuguesa que contribuam para o reconhecimento da língua portuguesa.
Por tradição, é atribuído alternadamente a um português, a um brasileiro ou a um natural de um dos países africanos de língua portuguesa.
O brasileiro Jorge Amado e o português José Saramago estão entre os seus vencedores mais conhecidos.
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