Lisboa, 08/09 (EFE).- Documentos classificados da OTAN enviados a Portugal foram vendidos na Internet após um ciberataque contra as Forças Armadas portuguesas, segundo uma investigação jornalística que levou a oposição a exigir uma explicação do ministro da Defesa.
O Estado-Maior General das Forças Armadas foi vítima de um “ataque cibernético prolongado sem precedentes” e “só soube porque foi informado pelos serviços de informação norte-americanos”, que teria comunicado directamente com o primeiro-ministro português, o socialista António Costa, em agosto passado, conforme revelado hoje pelo Diario de Noticias.
“Centenas” de documentos enviados pela NATO a Portugal, “classificados secretos e confidenciais”, seriam vendidos na “darkweb” depois de terem violado as regras de segurança para a transmissão de ficheiros classificados, segundo uma análise inicial.
Devido a esta fuga, a NATO “teria exigido explicações e garantias ao governo português” e, segundo o jornal, representantes do governo Costa vão deslocar-se à sede da NATO em Bruxelas para uma reunião de alto nível.
Consultado pela EFE, o Ministério da Defesa português limitou-se a confirmar que, em caso de ciberataque, é aberto um procedimento de investigação pelas autoridades competentes.
A revelação levou a oposição a exigir o comparecimento da ministra da Defesa Helena Carreiras no Parlamento.
“É importante entender o que aconteceu em relação ao que consideramos um escândalo. Por isso, enviaremos de imediato um pedido para que o ministro da Defesa Nacional seja ouvido”, explicou Patricia Gilvaz, da Iniciativa Liberal (à direita), aos meios de comunicação social locais.
O partido vai ainda solicitar a presença do Chefe de Estado das Forças Armadas, António Silva Ribeiro, e da Secretária-Geral do Sistema de Informação da República, Graça Mira Gomes.
“É um acontecimento inaceitável e, na nossa opinião, deveria até ser o primeiro-ministro que veio à comissão à porta fechada para explicar o que se passa com uma área que está sob a sua tutela, mas ele, mais uma vez, vai fugir” , criticou o deputado.
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