Cinema português será acessível ao público equatoriano 20 a 25 de outubro em formato virtual. Começa hoje a quarta edição da Semana do Cinema Português, um evento anual que nasceu há oito anos na América Latina, primeiro na Argentina e depois na Colômbia, Chile, Uruguai, México e no nosso país.
Marie João, diretora da associação cultural Vaivem, é a idealizadora deste projeto que pretende reunir cinema feito em Portugal para outras partes.
Nos próximos dias, um total de seis cassetes: Djon África, Ama-San, Luz Oscura, Fátima, La Portuguesa e Our Madness, cada um estará disponível 24 horas no local vaivem.com.ar.
Para esta edição são abordados dois temas: cinema feito e dirigido por mulheres (os três primeiros filmes) e cinema pós-colonialista (os demais). Esta exposição reúne a mais recente e importante produção do cinema português.
Pablo Orellana, membro da equipa de produção da Vaivem, afirma que “parece-nos muito lógico trazer o cinema de Portugal para o Equador e para a América Latina, porque sendo um país dentro do território europeu e tudo o que este espaço implica, parece-nos que Portugal é um bem marginal”, disse Orellana. “Há uma crise económica constante, um país pequeno que não tem tanta centralidade e penso que isso o tem favorecido em termos de produção artística e de criatividade.”
Enfatize também a forma comunitária e colaborativa de trabalhar o cinema neste país e considera que é um modelo de produção perfeitamente adequado também à América Latina.
Orellana descreve a variedade de possibilidades de realização dos projetos como inspiradora, pois aprecia o caráter recursivo utilizado nos filmes realizados.
Na sequência de algumas exposições, foram realizadas uma série de conversas previamente gravadas com os realizadores que servem de espaço para responder às questões mais frequentes sobre as suas obras cinematográficas. Este conteúdo também estará disponível no site.
De acordo com a programação, o público interessado poderá acessar os filmes a partir das 19h Para vê-los não é necessário fazer nenhum tipo de cadastro ou pagamento, basta entrar no site.
Incidentes que se seguiram à greve nacional no Equador, em Outubro do ano passado, impediram a realização da edição anterior. Mas este ano, apesar da pandemia, os seus organizadores decidiram não deixar passar e aproveitar o formato streaming.
“Esta edição online é sobre não deixar 2020 vencer, para que ele não nos escape sem que façamos alguma coisa”, afirma Orellana. Hoje, de olhos abertos para a possibilidade de o fazer digitalmente, o cinema e a cultura gerados em Portugal continuam a lutar para chegar a mais espaços.
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